Mais de duas centenas de profissionais das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) manifestaram-se nesta quinta-feira junto à Câmara do Porto, no seguimento da proposta do Governo de alteração ao funcionamento destas actividades.

Nuno Silva Gomes, um dos responsáveis pela manifestação, explicou que "esta é uma forma de demonstrar a insatisfação dos profissionais e uma tentativa de fazer o Governo mudar de ideia".

"Estas reduções de horários colocam em risco o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Para além disso, devemos ter em conta que grande parte dos professores envolvidos nas AEC fá-lo a tempo inteiro. E é preciso ter noção que os cinco tempos semanais, a que querem reduzir, correspondem a aproximadamente 200 euros mensais. Em muitos casos, falamos de pais e mães de família que terão de sobreviver com esse valor", esclareceu.

A manifestação levou ao corte de parte da Avenida dos Aliados, por onde desfilaram, com cartazes e palavras de ordem, os cerca de 200 profissionais das AEC.

Nuno Silva Gomes garantiu que esta "é uma luta para continuar" e garante que contam com "o apoio de várias autarquias, como é o caso da Câmara de Matosinhos, da Maia, do Porto ou de Ovar".

"Esta foi a primeira manifestação que fizemos e foi feita de forma completamente apartidária, pacífica e aberta. Já recebemos contactos para fazermos outra, desta feita a nível nacional e com o apoio do sindicato", garantiu ainda.

As Actividades de Enriquecimento Curricular providenciam o ensino de disciplinas que vão do Inglês à Actividade Física, passando pela Música, pela Informática e pela Cidadania, à totalidade dos alunos do 1.º ciclo do ensino básico em Portugal. As AEC dão trabalho a mais de cinco mil professores.