Professores portugueses do 3.º ciclo a tempo parcial por falta de opção

Docentes sentem necessidade de formação para ensinar alunos com necessidades especiais

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O novo atendimento estará disponível a partir do início da próxima semana. PAULO PIMENTA

Portugal é o segundo país com a percentagem mais elevada de professores do 3.º ciclo que trabalha a tempo parcial por falta de oportunidade de o fazer a tempo inteiro. Este é um dos dados do relatório TALIS (Teaching and Learning International Survey) de 2013, publicado nesta quarta-feira pela OCDE, que abrange 34 países.

Depois da Sérvia, com 96,2%, surge Portugal com 92,6% dos docentes do 3.º ciclo – os que foram abrangidos na amostra – que não tiveram oportunidade de ter horário completo. A média é 47,8%.

Para este relatório, foi seleccionada, em cada país, uma amostra representativa que incluiu 200 escolas públicas e privadas, com respostas de 20 professores do 3.º ciclo e directores em cada uma delas.

Apesar de 89% dos docentes do 3.º ciclo terem participado em actividades de enriquecimento profissional no anterior ao estudo, muitos disseram sentir necessidades de formação em áreas específicas, como por exemplo para ensinar em cenários multiculturais ou com estudantes que falam diferentes línguas. No que toca às tecnologias de informação e comunicação, Portugal está abaixo da média – apenas 9,2% dos docentes diz ter necessidades de formação nesta área, contra uma média de 18,9%.

Portugal está, porém, acima da média no que toca ao número de professores que dizem sentir uma grande necessidade de formação – ou desenvolvimento profissional – para ensinar alunos com necessidades especiais: 26,5% para 22,3%.

Este mês, e à semelhança de pareceres anteriores, o Conselho Nacional de Educação voltou a alertar para a fragilidade da formação dos docentes de educação especial, aconselhando a criação, “com urgência”, de um plano de formação contínua. Em Janeiro, o Governo nomeou um grupo de trabalho para estudar o tema da Educação Especial e que, entre outras conclusões, referiu que muitas “crianças que têm dificuldades de aprendizagem” não permanentes “estão a ser encaminhadas para a educação especial”, quando esta devia servir apenas para as crianças com necessidades permanentes.

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