Professores do quadro querem concorrer a concurso para contratados

Um grupo de docentes vai entregar no tribunal uma providência cautelar para suspender temporariamente concurso

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"Não há professores a mais", defende Mário Nogueira Nelson Garrido

Um grupo de professores do quadro da Função Pública tenciona entregar segunda-feira no Tribunal Administrativo do Porto uma providência cautelar para suspender provisoriamente o concurso extraordinário em curso que se destina apenas a docentes contratados. O objectivo é conseguir que todos os professores, e não só os contratados, tenham acesso às quase duas mil vagas abertas neste concurso que arrancou na quarta-feira passada.

Foi à margem das organizações sindicais, através das redes sociais, que este grupo de professores lançou um movimento para poder avançar com a providência cautelar e combater aquilo que classifica como uma “injustiça”. Estes professores querem que os docentes do quadro também possam concorrer às vagas, numa lógica de aproximação das suas residências.

“Somos professores com vínculo ao quadro da Função Pública e queremos poder concorrer também a este concurso. Não é com uma injustiça que se resolve outra injustiça”, explicou à RTP Bruno Gomes, um dos docentes que está a liderar esta iniciativa.  Residente em Vila Nova de Gaia, mas colocado em Aljustrel, a cerca de 450 quilómetros de distância, Bruno defende que esta iniciativa não implicará uma diminuição das vagas para os contratados porque a mobilidade dos professores do quadro libertaria outros lugares. Não se trata de “uma guerra com os professores contratados”, assegurou.

A maior parte das vagas para a vinculação extraordinária de 1954 professores está concentrada na região de Lisboa e Vale do Tejo e, nas disciplinas, destaca-se o grupo da matemática e Ciências da Natureza, do 2º ciclo do ensino básico.

Esta portaria também já foi contestada pelo dirigente da Associação Nacional dos Professores Contratados, César Israel Paulo, que alega o que está em causa é o cumprimento de uma norma europeia  que “exige a entrada no quadro de todos os professores que fizerem três contratos anuais e sucessivos com o Estado”, o que não se resolve com a vinculação de dois mil docentes.

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