Hospitais classificados de “excelência clínica” mas ainda há áreas onde poucos têm nota máxima

Classificação do Sistema Nacional de Avaliação em Saúde dá nota positiva a 106 de 128 unidades de saúde. Mas quando se olha para algumas doenças específicas são poucos a conseguir a nota máxima.

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Quase 10% dos doentes internados ficam com uma infecção hospitalar Fernando Veludo/Nfactos

A maior parte dos prestadores analisados pela Entidade Reguladora da Saúde reúnem as características necessárias no que diz respeito à chamada “excelência clínica”. No entanto, ainda há várias áreas, como as pneumonias pediátricas, os cuidados neonatais, o enfarte agudo do miocárdio ou algumas cirurgias cardíacas em que poucas ou nenhumas unidades conseguem a classificação máxima.

Os resultados fazem parte do SINAS – Sistema Nacional de Avaliação em Saúde, elaborado pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS) e divulgado nesta segunda-feira. Este sistema conta com 162 unidades que participam voluntariamente em avaliações que abrangem áreas como a excelência clínica, segurança do doente, adequação e conforto das instalações, focalização no utente e satisfação do utente.

Neste caso em concreto foi actualizada a informação apenas sobre a excelência clínica, contanto a avaliação com 128 das 162 unidades. Ao todo, 106 prestadores (cerca de 83%) conseguiram reunir os requisitos necessários para cumprir os parâmetros de qualidade exigidos neste parâmetro. Para a avaliação, foram analisados os episódios de altas dadas nas unidades de 1 de Julho de 2012 a 30 de Junho de 2013 em áreas como o acidente vascular cerebral, cirurgia de ambulatório, enfarte agudo do miocárdio, partos e cuidados pré-natais, pneumonia e cuidados neonatais, cirurgia vascular e cirurgia cardíaca, entre outras.

Contudo, registaram-se seis casos em que a informação não foi suficiente para classificar os prestadores e 16 situações em que os mesmos declinaram a avaliação feita – não sendo, neste caso, divulgado o resultado. Os números estão em linha com a última avaliação, divulgada em Dezembro, e que indicava que, das 126 unidades analisadas na altura, 106 tinham conseguido classificar-se positivamente na excelência clínica.

Apesar dos resultados globais serem positivos, há áreas em que são poucos os hospitais a obter a classificação máxima, já que nas doenças há três notas diferentes positivas. Por exemplo, no enfarte agudo do miocárdio só quatro prestadores receberam nota III, a melhor possível: Hospital de Santa Marta (Centro Hospitalar de Lisboa Central), Hospitais da Universidade de Coimbra (Centro Hospitalar Universitário de Coimbra), Hospital de Braga e Hospital de São Pedro de Vila Real (Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro). Houve 22 que ficaram com nota II e cinco com nota I. No caso desta doença são avaliados indicadores como os medicamentos que o doente recebe no hospital e quando tem alta, para prevenir futuras ocorrências, assim como a taxa de mortalidade.

Por outro lado, em termos de cuidados neonatais só 2 prestadores tiveram nota III, 27 nota II e dois nota I. Neste campo a ERS analisou indicadores como a mortalidade neonatal no hospital, as infecções em recém-nascidos e o aleitamento materno exclusivo. Os dois hospitais que lideraram a tabela com melhores resultados foram a Unidade Hospitalar da Póvoa de Varzim e o Hospital José Joaquim Fernandes (Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo).

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