Presidente da Associação Europeia das Universidades defende saída do FMI de Portugal

Helena Nazaré defende a renegociação de algumas condições do acordo com a troika.

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Helena Nazaré foi reitora da Universidade de Aveiro Rui Gaudêncio

A presidente da Associação Europeia das Universidades (EUA, da sigla inglesa para European University Association), Helena Nazaré, defendeu esta terça-feira “a saída do FMI de Portugal” e a renegociação de algumas condições do acordo realizado com a troika.

A presidente da EUA, entidade que elaborou um relatório sobre o ensino superior português apresentado em Lisboa, esta terça-feira, alertou para o perigo da continuação dos cortes orçamentais na área da educação. Em declarações aos jornalistas, Helena Nazaré, ex-reitora da Universidade de Aveiro, defendeu a “saída do FMI de Portugal” como uma das medidas necessárias para a melhoria do ensino superior.

“Nós temos obrigações para com o nosso país, os nossos pais e os nossos filhos”, sublinhou a presidente daquela associação, defendendo que, “se as condições são penalizantes, devem ser atenuadas. Há renegociações que podem ser feitas. Há caminhos que podem ser tomados”. “Sei que é possível renegociar algumas condições”, disse, lembrando que, com os continuados cortes, as metas da educação “podem estar em causa”. Entre as metas que Portugal deverá atingir até 2020 está a formação superior de 40% dos jovens entre os 30 e os 34 anos.

A responsável disse que até agora as instituições do ensino superior têm conseguido sobreviver aos cortes nos seus orçamentos, mas lembrou: “Chega a uma certa altura em que deixamos de cortar na gordura e começamos a cortar no osso”.

Sobre o estudo Ensino Superior Português: Uma Visão do Exterior, apresentado no Conselho Nacional de Educação, Helena Nazaré sublinhou que o relatório “ajuda a ter esperança”.
 

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