Poucos protestaram à porta de Crato

Só 13 professores responderam à chamada do movimento Boicote & Cerco para uma manifestação frente à casa do ministro da Educação em Oeiras.

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Numa rua calma do concelho de Oeiras, os manifestantes recitaram quadras adaptadas ao protesto Daniel Rocha

Treze manifestantes a recitar poemas, vigiados por semelhante número de polícias e outros tantos jornalistas. Assim foi o protesto de professores diante da residência do ministro da Educação e da Ciência, Nuno Crato, esta quarta-feira, em Oeiras.

O protesto tinha sido convocado pelo movimento Boicote & Cerco, que nasceu no ano passado à volta da contestação da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) dos professores. Mas poucos atenderam à chamada. À hora marcada, 19h, havia cinco manifestantes diante de um café. Outros foram entretanto chegando e, no final, eram 13.

Protestar diante da casa do ministro é uma ideia que não agrada à Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que se demarcou da iniciativa. Mas para o movimento Boicote & Cerco, trata-se de um direito. “Em Dezembro já cá viemos cantar as Janeiras”, disse Ana Paula Amaral, professora de inglês aposentada há dois anos.

André Crespo, professor de educação física, lamenta que, na hora da acção, os seus colegas falhem. “Ficam só nas redes sociais, acham que é o melhor lugar para carpir as mágoas”, afirma.

Como muitos professores contratados, Crespo já foi colocado em vários pontos do país. É de Leiria, mas já deu aulas do Alentejo à ilha do Corvo, nos Açores. Com 14 anos de profissão, tem apenas 13 horas lectivas este ano.

Ana Fernandes, que actua como educadora de infância e na educação especial, teve menos sorte e nem sequer conseguiu colocação este ano. “Estou colocada no sofá”, ironiza.

Numa rua calma do concelho de Oeiras, os manifestantes recitaram quadras adaptadas ao protesto, com críticas a Nuno Crato: “É um ministro que põe alunos sem aulas e professores no desemprego”.

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