Portugueses pouco preocupados com a origem dos produtos que consomem

Dados fazem parte do estudo Consumo Consciente: Percepção do Consumidor Português, apresentado nesta quarta-feira.

Foto
Em 2014, Portugal importou 26% da fruta que consumiu. NUNO FERREIRA SANTOS

Os portugueses preferem comprar produtos frescos nacionais, pela sua qualidade, mas preocupam-se pouco com a região de origem e estão indisponíveis para pagar um pouco mais pela produção de agricultura biológica. Estas são as principais conclusões de um inquérito que será divulgado nesta quarta-feira.

O estudo Consumo Consciente: Percepção do Consumidor Português, apresentado nesta quarta-feira na 2.ª Conferência Fórum do Consumo, em Lisboa, pretende avaliar o que sabem os portugueses sobre consumo consciente, responsável e sustentável. Realizado pela empresa de estudos de mercado GfK Metris, entre 7 e 18 de Março, o inquérito abrange 1208 pessoas residentes em Portugal continental, com idade igual ou superior a 18 anos.

Quarenta por cento das pessoas auscultadas preferem comprar produtos frescos portugueses e não importados, devido à sua maior qualidade (71%) e frescura (30%), e porque, deste modo, ajudam a economia nacional (43%). Quando os inquiridos vão às compras, porém, apenas 12% têm a preocupação de verificar quem produz, qual a região de origem dos produtos ou a certificação de qualidade e apenas uma margem de 10% se importa de pagar um pouco mais por um bem de agricultura biológica.

Poupar energia para reduzir factura

No que diz respeito à área da energia, o mesmo inquérito indica que os portugueses que participaram no estudo poupam para reduzir a factura. Porém, são poucos os que estão disponíveis para pagar mais por materiais reciclados, apesar de em casa separarem papel, vidro e plástico.

A maioria dos inquiridos (66%) considera importante a poupança energética, evitando mais deixar luzes acesas e menos desligar os electrodomésticos ou poupar na água. É mais o preço das facturas a pagar (71%) - e menos o combate à poluição (43%) ou a conservação do planeta (30%) - que leva os participantes no estudo a pouparem nos consumos energéticos.

Além disso, mais de metade (61%) entende que a reciclagem é muito importante, com mais de 40% a defenderem que deveria haver incentivos à população para se fazer reciclagem e serem distribuídos recipientes próprios para o efeito. Apenas uma minoria (9%) acha que os ecopontos - contentores de separação do lixo - existentes são suficientes. Apesar de separarem em casa sobretudo papel (86%), vidro (85%) e plástico (78%), as pessoas auscultadas no estudo de opinião estão pouco dispostas a pagar mais por um produto que use materiais reciclados (8%) e a comprar bens com embalagens recicláveis ou biodegradáveis (9%).

Quase metade (47%) nunca encaminha resíduos de equipamentos eléctricos ou electrónicos para reciclagem, com as lojas a encabeçarem a lista de canais apontados para a sua recolha. Os bombeiros aparecem também na lista, muito embora o número residual de respostas (0,4%). Quando compram um electrodoméstico, apenas três em cada dez inquiridos têm em conta a sua eficiência energética.

O Fórum do Consumo é uma organização que se propõe analisar e debater a temática do consumo. O programa da 2ª Conferência Fórum do Consumo inclui intervenções sobre consumo solidário, sustentável e na geração sénior.

Sugerir correcção
Comentar