Portuguesa condenada por casamentos por conveniência em Inglaterra

Rede desmantelada envolvia cidadãos do Paquistão e cerca de 30 portugueses.

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O objectivo da rede era legalizar cidadãos fora da União Europeia em Inglaterra Rui Gaudêncio

Uma investigação realizada pelas autoridades britânicas, em colaboração com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) português, permitiu desmantelar uma rede de casamentos por conveniência no Reino Unido que envolvia cidadãos portugueses, sobretudo mulheres, que eram levadas de Portugal. Estas eram recrutadas para formalizarem um casamento no Reino Unido com cidadãos do Paquistão e da Índia e em troca recebiam uma quantia que podia chegar aos 3000 euros. O objectivo da rede era legalizar cidadãos de fora da União Europeia em Inglaterra.

Uma das cidadãs portuguesas envolvidas foi condenada a 15 anos de prisão. A investigação que durou “seguramente três anos” resultou também na condenação a quatro anos de prisão de um cidadão estrangeiro e na condenação a um ano de prisão de quatro outros cidadãos. A rede seria maioritariamente constituída por nacionais do Paquistão e tinha “pontualmente” a colaboração de “alguns portugueses, radicados em Inglaterra” para “a angariação de nacionais portugueses”.

 

A notícia foi avançada nesta segunda-feira num comunicado do gabinete de imprensa do SEF que, em resposta ao PÚBLICO, acrescentou que durante a investigação, “um conjunto de cidadãos” que terão casado em Inglaterra “foi detectado” em Portugal. Alguns portugueses, como a portuguesa condenada, para além de eles próprios casarem, recrutavam outras pessoas para esse fim, "potenciando a realização de mais casamentos", explica por escrito fonte do gabinete de imprensa, que esclarece que a mulher condenada é “considerada relevante para a justiça inglesa, sobretudo pela sua actividade de recrutamento”.

 

O SEF estima em “mais de trinta” o número de cidadãos portugueses, na sua maioria mulheres, envolvidos neste esquema ilegal. A rede providenciava tudo, ou seja, “viagens, passaportes, alojamento e alimentação”. E actuava principalmente na zona de Manchester, no Norte de Inglaterra. Segundo o SEF, outros inquéritos sobre recrutamentos do mesmo tipo estão em curso noutras cidades de Inglaterra.

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