Politécnicos podem perder 20 milhões de euros no próximo ano

Responsáveis do subsector temem impacto superior ao que está previsto nas universidades.

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nFactos/Fernando Veludo

Se a primeira proposta de Orçamento de Estado para 2014 no ensino superior for aprovada, os institutos politécnicos podem perder mais de 20 milhões de euros. Os dados avançados pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) fazem com que os responsáveis do subsector temam por um impacto superior ao que está previsto nas universidades. O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) avisa que com esta verba será “praticamente impossível cumprir todos os compromissos assumidos”.

Esta terça-feira, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) tinha anunciado que a proposta do Governo implica um corte que pode chegar a 15 milhões de euros nos orçamentos das universidades no próximo ano. Agora, o sector politécnico fala de um impacto superior, com um corte directo das transferências feitas pelo Orçamento de Estado para os politécnicos próximo dos 2,8%, o que corresponde a cerca de 10 milhões de euros. Tal como no caso das universidades, a mudança das regras das comparticipações para a Caixa Geral de Aposentações poderá significar que o corte total chegue aos 6%, o equivalente a mais de 20 milhões de euros.

Em comunicado, o CCISP recorda que os cortes no financiamento dos politécnicos não são uma novidade e que, este ano, a situação já é “crítica”. Caso a proposta para 2014 venha a concretizar-se “será praticamente impossível cumprir todos os compromissos assumidos”, avisam os presidentes dos institutos superiores, que estiveram reunidos nesta quarta-feira para analisar a proposta do Governo. “Poderá estar inviabilizado o funcionamento das instituições de ensino superior politécnico, com consequências nomeadamente no que respeita ao aumento do desemprego”, sustentam.

Além disso, tendo em conta o impacto financeiro directo que as instituições de ensino superior politécnico têm nas regiões, sobretudo no interior, uma redução do financiamento público “vai inevitavelmente ter impacto na criação de riqueza para as regiões e, consequentemente, no seu desenvolvimento”, sublinha ainda o CCISP.

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