Polícias denunciam agressões e exigem reforço nos Açores

Sindicato diz que cinco agentes da PSP foram agredidos durante o fim-de-semana na ilha. Efectivo escasso obriga ao fecho de esquadras, quando polícias saem para ocorrências

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Agentes da PSP terão informado a Presidência da República de que iam levar o caso a julgamento RITA CHANTRE

No fim-de-semana passado, cinco agentes da PSP terão sido agredidos na ilha de São Miguel, nos Açores, em “várias situações de desavenças” e a resposta da polícia a estas ocorrências obrigou ao encerramento de várias esquadras, denunciou esta segunda-feira o Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol). A estrutura sindical exigiu em comunicado o reforço do efectivo da PSP nos Açores, recordando que tal já foi prometido pela ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, numa visita à região autónoma em Maio.

“Aguardamos pelo reforço prometido pela ministra da Administração Interna, aquando da sua visita à Região Autónoma dos Açores, tendo em conta a promessa feita por esta ao presidente do governo regional dos Açores, Vasco Cordeiro”, salienta o Sinapol. A estrutura destaca ainda no comunicado que é “urgente” o reforço, já que “por inúmeras vezes apenas um elemento policial está de serviço em algumas esquadras”.

Ao PÚBLICO, a direcção nacional da PSP respondeu apenas que “está previsto o reforço de efectivos do Comando Regional dos Açores na medida do possível, e logo que viável”. O Ministério da Administração Interna não se pronunciou.

Já no final do ano passado, o PÚBLICO noticiava que as várias esquadras dos Açores e da Madeira encerram quando os poucos agentes são chamados para acorrer a pedidos de ajuda de cidadãos ou situações de desordem pública. “Esquadra encerrada para resolução de ocorrência complexa. Se for urgente contacte o 112. Pedimos desculpa pelo transtorno causado” é o aviso que pontua as portas das esquadras nessas situações.

A situação ocorre com mais frequência à noite, mas também se regista, por vezes, durante o dia. Nos Açores, muitas esquadras, como a do Nordeste, têm apenas 15 polícias, o que dificulta fazer as escalas de 24h diárias com o número necessário de elementos.

Em causa está a falta de agentes nos Açores e na Madeira. Frequentemente, apenas dois ou mesmo um só agente ficam de serviço numa esquadra. Quando o telefone toca ou o rádio chama, fecham a porta e vão em emergência para o local. Na esquadra não fica ninguém.

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