Polícia desiste de cerco a suspeito de Valongo dos Azeites e alarga patrulhamento

Alegado homicida continua em fuga há oito dias e GNR e PJ cancelaram buscas a pé. Polícias nacionais e estrangeiras receberam alerta para capturar o caçador.

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Batidas apeadas não tiveram sucesso na localização de Manuel Baltazar Paulo Pimenta

A Polícia Judiciária e a GNR cancelaram esta quinta-feira as batidas em terreno florestal, com centenas de agentes, que até agora caracterizavam as buscas para localizar o alegado homicida de Valongo dos Azeites, confirmou ao PÚBLICO fonte policial.

A decisão corresponde a uma alteração da estratégia operacional face ao insucesso das batidas. Manuel Baltazar, 61 anos, está em fuga há oito dias após ter alegadamente matado a sogra e a tia da ex-mulher e de ter ferido a filha e a antiga companheira.

Agora, a aposta das autoridades é no alargamento do perímetro de patrulha em veículos policiais. Este patrulhamento, no Distrito de Viseu, passa a ser feito além das áreas entre Sernancelhe e São João da Pesqueira, em povoações próximas.

A polícia tenta assim, por um lado, confirmar a possibilidade de Manuel Baltazar estar noutras zonas ainda não verificadas e, por outro lado, transmitir o sentimento de maior segurança noutras localidades, explicou a mesma fonte.

Ao que o PÚBLICO apurou, a tentativa de captura aposta ainda nos alertas nacionais emitidos para todas as polícias com a fotografia e outros dados identificativos do suspeito. Além do território nacional, também outras polícias estrangeiras receberam o alerta, uma vez que o aviso incidiu sobre todo o espaço Schengen. É o caso da polícia espanhola que já tem a fotografia de Manuel Baltazar para a eventualidade de ser por lá localizado.

A possibilidade do suspeito ter fugido do país e estar em Espanha, como foi esta quinta-feira noticiado em alguns órgãos de comunicação social, apresenta-se como uma mera hipótese sem qualquer confirmação, como fonte da PJ salientou ao PÚBLICO.

Polícia tinha reforçado efectivo
A polícia altera assim a estratégia no dia seguinte a ter reforçado o efectivo nas batidas com uma centena de homens. Quarta-feira, as buscas contaram também com elementos do Grupo de Intervenção da GNR. Aquele grupo especial já abandonou, porém, as operações.

Fonte policial havia explicado ao PÚBLICO que aqueles elementos, que fazem parte de uma unidade especial da GNR, estavam munidos com outras tácticas e meios, entre os quais coletes balísticos, armas de maior precisão e óculos de visão nocturna. A mesma fonte garantiu ainda que este grupo actuou durante a noite de quarta-feira, ainda que com um efectivo menor.

Manuel Baltazar iria ser ouvido horas antes dos crimes no Tribunal de São da Pesqueira por ter violado a proibição de afastamento da ex-mulher. Porém, não havia juiz disponível e a diligência foi adiada.

O suspeito estava proibido de estar a menos de 400 metros da ex-mulher. Essa era a medida acessória a que havia sido condenado em 2013 por violência doméstica, além de uma pena de prisão de três anos e dois meses que ficou suspensa na sua execução. 

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