Pobres animais

A secção Barometer é muitas vezes a melhor coisa do Spectator actual. Na revista desta semana alista os países que obtiveram mais triunfos junto da Google na remoção de links invocando o "direito de ser esquecido": a Áustria (54%), a Alemanha (53%) e a França (52%). Será por terem mais que querem esquecer?

Os países mais mal sucedidos são a Itália (24%), Portugal (25%) e a Eslovénia (26%). Os portugueses apresentaram 1512 pedidos de esquecimento mas três em cada quatro foram recusados. Terão sido os suspeitos do costume a querer limpar os cadastros recentes? Serão apenas sete ou oito portugueses notórios a alegarem que da fama (e das sentenças) já não se livram, pelo que pedem que se percam os incómodos factos e as persistentes pistas?

Será que estamos tão ligados ao passado, por causa da nossa queda para a saudade, que os nossos pedidos pecam por falta de sinceridade? Será porque é aparente que, no fundo, não é o direito a sermos esquecidos que desejamos mas a fatalidade de sermos lembrados?

Noutro item arrolam-se os países onde é legal violar sexualmente outros animais menos legalistas do que os humanos: o Brasil, a Dinamarca, a Finlândia, a Hungria, o México, 11 estados dos EUA, como o Texas.

Na Alemanha dá apenas uma multa que não pode exceder 30 mil euros. Na Holanda é um ano de prisão. Na França e no Reino Unido são dois anos. Na Irlanda é prisão perpétua e no Irão é a pena de morte. Mas só à quarta condenação.

Como será em Portugal?

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