PJ já está a fazer diligências pedidas por ingleses no caso Maddie

Há cerca de um mês, uma equipa de seis inpectores da PJ de Faro começou a recolher elementos. Inquérito continua arquivado.

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A polícia britânica diz que “a investigação está a caminhar na direcção certa” Reuters

Uma equipa de seis agentes da delegação da Polícia Judiciária (PJ) de Faro está há cerca de um mês a cumprir as diligências pedidas pelas autoridades britânicas no caso do desaparecimento de Madeleine McCann, adiantou uma fonte daquela polícia após ter sido anunciada a criação daquele grupo numa conferência de imprensa da Scotland Yard. As diligências não deram, contudo, origem a factos novos relevantes, continuando arquivado o inquérito ao desaparecimento da criança inglesa em Portugal.

Neste momento, não há elementos da polícia inglesa em Portugal, mas está prevista para breve uma reunião para avaliar os elementos recolhidos, admitindo fonte da PJ que algumas diligências futuras podem vir a ser acompanhadas por agentes britânicos.

O inspector-chefe Andy Redwood, responsável pela equipa de cerca de 37 pessoas a trabalhar neste caso na Polícia Metropolitana de Londres, adiantou que as autoridades britânicas estão a tentar descobrir os proprietários dos telemóveis que estavam na zona na altura do desaparecimento. Acrescentou que os dados relacionados com os telemóveis já tinham sido analisados, “mas não ao nível de detalhe” de agora.

Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos, a 3 de Maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve, enquanto os pais jantavam com um grupo de amigos num restaurante próximo.

38 “pessoas de interesse”

“Ultrapassámos a primeira série de obstáculos jurídicos e a investigação está a caminhar na direcção certa”, saudou o comissário adjunto Marc Rowley, durante um encontro com jornalistas.

Contactado pelo PÚBLICO, o director nacional adjunto da PJ, Pedro do Carmo, confirmou que vão ser cumpridas as diligências pedidas pelos ingleses. “As autoridades britânicas enviaram para Portugal uma carta rogatória remetida ao Ministério Público, que a enviou para a PJ para cumprimento nos termos habituais”, afirma Pedro do Carmo, sem adiantar mais pormenores.

Marc Rowley espera que a relação entre as duas forças policiais “se fortaleça” e manifestou interesse, “à medida que a investigação progredir”, em colocar “um pequeno número agentes em Portugal”.

Portugal foi um dos 31 países a cujas autoridades foi enviada uma carta rogatória. Em Junho, a polícia britânica anunciou a existência de “38 pessoas de interesse” que deseja questionar, entre os quais vários portugueses. Mas, até agora, não foi feita qualquer inquirição, garantiu fonte da PJ.

“São pessoas que se encontravam num raio do local do desaparecimento e de quem há razões para desconfiar”, explicou Redwood. Este mês, a polícia britânica vai lançar um novo apelo televisivo, primeiro na BBC, e depois na Alemanha e na Holanda.

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