PGR vai apreciar exposição enviada pelos pais dos estudantes que morreram no Meco

Procuradoria recorda que famílias podem usar outras formas para recorrer da decisão como o pedido de abertura de instrução do processo ou uma reclamação hierárquica.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) garantiu esta sexta-feira que vai analisar a exposição enviada pelos pais dos seis estudantes que morreram na Praia do Meco. Nela, os progenitores contestam algumas conclusões do procurador que arquivou o processo, nomeadamente quando disse que um médico que assistiu o dux João Gouveia na noite da tragédia admitiu ter-se enganado no diagnóstico que tinha feito ao único sobrevivente. Nas inquirições não se lê que o clínico admitiu o erro.

Quando foi ouvido pela primeira vez, o médico da urgência disse que João Gouveia se queixou de dores de cabeça, pelo que o medicou com Paracetamol. Na reinquirição, voltou a explicar que o medicou da mesma forma e que entendeu que a auscultação do corpo seria suficiente.

Em causa está se João Gouveia esteve ou não numa situação de pré-afogamento, ou, não tendo estado, se esteve afinal numa zona segura, fazendo relançar a questão se poderá ter ou não alguma responsabilidade criminal na situação.

O ofício enviado pelo advogado pelo advogado dos pais, Vítor Parente Ribeiro, consistiu então numa exposição à cúpula do Ministério Público e não numa queixa contra o procurador como o PÚBLICO e outros órgãos de informação noticiaram, com base em declarações dos pais das vítimas do Meco.

“Importa que a PGR esclareça o motivo ou motivos pelos quais o MP no seu despacho de arquivamento do processo faz constar aquilo que não se retira dos depoimentos” do médico, refere o advogado das famílias na exposição à qual o PÚBLICO teve acesso.

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