PGR confirma três inquéritos a suspeitas de abuso sexual na Ordem de São João de Deus

Um quarto inquérito, nos Açores, foi já arquivado. Correm ainda as investigações às declarações de Catalina Pestana sobre pedofilia na Igreja.

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À PGR chegou ao final do dia de quinta-feira passada uma exposição assinada por cinco deputados do PS Daniel Rocha

Segundo a PGR, foram recebidas denúncias de factos susceptíveis de enquadramento criminal, as quais foram remetidas ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal que, depois de analisar a informação, decidiu abrir os três inquéritos. Os factos terão ocorrido em estabelecimentos da ordem no Telhal (Sintra), Montemor-o-Novo e Portalegre. Um quarto inquérito, relativo a suspeitas nos Açores, tinha já sido arquivado.

A mesma nota da PGR lembra que está em curso no Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa um outro inquérito, que teve origem em declarações recentes da ex-provedora da Casa Pia de Lisboa Catalina Pestana. “Sei que há casos de pedofilia. Só na Diocese de Lisboa, conheço cinco”, disse ao PÚBLICO Catalina Pestana no sábado, 8 de Dezembro, depois de afirmar não estar surpreendida com a detenção de um padre, no Fundão, suspeito de abuso sexual de menores.

A PGR informa que alguns destes processos “poderão vir a ser unificados, se tal se justificar em razão da natureza dos bens jurídicos em causa e das regras de conexão processual”.

Em 2010, uma mensagem de correio electrónico não identificada foi enviada para cerca de 300 endereços de email e denunciava abusos sexuais e outras irregularidades alegadamente cometidas por membros da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, em Portugal. A 8 de Setembro desse ano, o PÚBLICO noticiava que estava a decorrer uma investigação interna que envolvia um religioso de 49 anos. Há uma semana, o Expresso deu conta de que o núncio apostólico em Lisboa, D. Rino Passigato, terá, ele próprio, em 2011, interrogado vários membros da ordem. Um segundo inquérito, ainda em 2011, terá sido conduzido por um enviado do Vaticano, o responsável máximo da ordem em Roma, Donatus Forkan.

 
 
 

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