A actividade física e os bons hábitos alimentares andam de mãos dadas: quase 50 por cento das pessoas que praticam algum tipo de exercício valorizam o pequeno-almoço, por oposição a 67 por cento das sedentárias, que consideram ser o almoço a refeição mais importante. Esta é uma das principais conclusões da segunda fase do estudo "O pequeno-almoço em Portugal", elaborado pelo Laboratório de Exercício e Saúde da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa a pedido da Kellogg"s.

O estudo, que contou com entrevistas a 1000 indivíduos residentes em Portugal e segmentados pelas diferentes áreas geográficas, entre os 18 e os 65 anos, permitiu perceber que 90 por cento dos inquiridos que disseram ser fisicamente activos (20 por cento) ou muito activos (oito por cento) consideram que a prática de desporto é um auxílio no controlo da dieta alimentar, sendo que 70 por cento asseguram que não sentem mais apetite após a prática de actividade. Ainda assim, a maioria da amostra, isto é 72 por cento, revelou-se sedentária, caminha menos de 60 minutos por dia e pratica menos de 90 minutos de actividade física moderada ou vigorosa por semana.

"Há ainda uma grande percentagem de pessoas que não praticam qualquer actividade física e a alimentação e o sedentarismo são dois factores muito relacionados", explicou ao PÚBLICO Raquel Torres Abrantes, nutricionista da Kellogg"s. As pessoas activas (mais de 60 minutos de caminhada por dia e 90 minutos de exercício por semana) ou muito activas (mais de 150 minutos de exercício por semana) são as que mais fazem as "refeições intercalares".

Raquel Torres Abrantes destacou que a população considerada activa mostrou que, tanto ao pequeno-almoço como ao longo do dia e depois da prática desportiva, opta por alimentos mais saudáveis como o "leite, os iogurtes, a fruta ou sumos de fruta e os cereais". "É um surpreendente triplo benefício para quem faz actividade física - gasta mais calorias, ganha em saúde e bem-estar e sente ainda maior facilidade em manter uma alimentação saudável", afirmou no estudo Pedro Teixeira, professor da Faculdade de Motricidade Humana.

No final de Março, um inquérito do Eurobarómetro já tinha mostrado que desporto não é com os portugueses: 55 por cento nunca praticam desporto, quando a média dos países da União Europeia ficou nos 39 por cento.