Pedro Tavares da Silva

O Pedro é um companheiro e um espírito. Diverte-nos e salva-nos.

Habituei-me à ideia errada segundo a qual os jovens são ainda mais ignorantes e selvagens do que as gerações anteriores. Foi preciso viver e envelhecer três-quartos duma vida para perceber, primeiro, que há excepções e, segundo, que as excepções não são os menos velhos: somos nós.

A começar pelas minhas filhas que têm 34 anos e passando gloriosamente pelas minhas sobrinhas e pelos meus sobrinhos cheguei angustiadamente à facílima conclusão: elas e eles são melhores do que nós. E não só naquelas idades que têm como melhores do que alguma vez seremos.

Vou esmiúçar melhor para que não se pense que se trata de uma generalização de velho: são mais empáticos; têm maior sentido de humor e de ironia; são mais abertos e imaginativos e, acima de tudo, são capazes de conviver com pessoas muito mais velhas trocando a novidade do que pensam pela sabedoria dos que deixaram de pensar.

Conhecer um rapaz de 12 anos que é obviamente inteligente, curioso, encantador, bon vivant, cúmplice e entusiasta, é a melhor injecção de esperança e optimismo que nos pode transtornar.

Aconteceu com Pedro Tavares da Silva. Tanto a Maria João como eu ficámos com uma vontade imensa de ficarmos amigos dele. A Maria João, que nunca quis ter filhos, disse-me que "se fosse como o Pedro, gostava de ter tido".

Também eu. O Pedro é um companheiro e um espírito. Conhecê-lo e jantar com ele trouxe-me fé no futuro, que é uma coisa que nunca tive.

Diverte-nos e salva-nos.

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