Os pêssegos da Nanda

Só lá para o dia 15 de Agosto é que vão aparecer os pêssegos-rosa que exprimem e justificam a saborosa sorte de Colares.

Nos últimos três anos não houve. Os pessegueiros dos pêssegos-rosa são frágeis, envelhecem cedo (aos 10 anos já estão acabados) e morrem mal possam. Este ano os pessegueiros estão bem encaminhados e vai ser diferente: dar-se-á uma vingança do tamanho de todas as nossas bocas, frustradas de tanto esperarem por uma delícia (e um olor) que foge dos nossos prazeres como se os condenasse.

É Julho e o mês é de pêssegos. Comemos todos os que apanhamos mas a minha amada Maria João, que sofre sempre que as saudades dela são sabedoria, sofre por não poder comer a melhor e mais gloriosa salada do Verão de qualquer ano.

Sim, é da transcendente salada de pêssegos da Casa Nanda, escolhida e cortada pela própria Nanda, que estou a falar. Toda a gente tem pêssegos por esta altura. Mas ninguém sabe combiná-los todos com a arte e o bom gosto, impecável, da própria Nanda. Que é, milagrosamente, uma pessoa divina que está todos os dias no melhor (mais saboroso, tradicional e mais barato) restaurante do Porto. Por alguma razão fica na Rua da Alegria, no número 394. O número de telefone é 225 370 575.

A salada de pêssegos, que agora passa a existir, é uma obra-prima. A Maria João não pensa noutra coisa. Nunca houve outro restaurante português, por muito dedicado e barato que fosse, que chegasse aos calcanhares da Casa Nanda.

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