Os nano-climas

Cada micro-clima tem muitos nano-climas escondidos. Descobri-los e aprender a beneficiar deles é um dos maiores prazeres das estações.

Há aquele tempo em que se diz que nunca mais chega o calor. E depois o calor chega. E fica. E cresce. Até ao dia em que dizemos que queríamos calor – mas não tanto.

Nas praias de Colares esse calorão não existe. Está-se bem. A água, este ano, está invulgarmente fria (15 graus) mas, para quem vem de grandes calores, é ideal para fazer o reset do termostato.

Com um bocado de sorte, à sombra até se consegue ter um bocado de frio. A Maria João fotografou uma legítima pele de galinha ao meio-dia. Claro que é frio relativo e que basta fazer um pequeno movimento (como levantar um copo) para perdê-lo.

Em vez de passar o verão a julgar o tempo, como sempre faço, este ano vou limitar-me a decidir se o tempo é agradável. Segundo este critério o tempo em Colares tem estado agradável desde meados de Março.

Estar proibido de tomar banhos de mar também ajuda a ganhar outra perspectiva: a do veraneante de esplanada, devidamente vestido e sempre sequinho.

Em Portugal passa-se um terço do ano a fugir do frio, outro terço em que se está bem em qualquer parte e o último terço a fugir do calor. Fugir do calor, aqui em Colares, é a coisa mais fácil de fazer. Quanto mais aquece o Verão maior é a barreira de neblinas visíveis ou invisíveis que aparecem para baixar a temperatura, desde Lisboa ou Cascais, entre 15 e 10 graus.

Cada micro-clima tem muitos nano-climas escondidos. Descobri-los e aprender a beneficiar deles é um dos maiores prazeres das estações, sejam elas quais forem.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários