Ordem dos Médicos exige "encerramento definitivo" de Medicina em Aveiro

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A isenção de propinas pode abranger todos os anos da licenciatura e mestrado Paulo Ricca

A Ordem dos Médicos defendeu hoje, em comunicado, o “encerramento definitivo” do Curso de Medicina da Universidade de Aveiro, e a distribuição dos alunos pelos outros cursos de Medicina existentes.

 
 

A posição do conselho nacional executivo da Ordem dos Médicos (OM) foi tomada após ser conhecida a decisão da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), de não acreditar o ciclo de estudos Medicina, conferente do grau de mestre, da Universidade de Aveiro.
 

Para a OM, “não faz sentido que, no presente estado de crise económica e social, com um número crescente de jovens com dificuldades em aceder ao ensino superior, o Governo financie, a quem já tem uma licenciatura ou um mestrado, um curso de Medicina de qualidade questionável e totalmente desnecessário ao país”.
 

A Ordem observa ainda que, “com o aumento da emigração de médicos e a insuficiência de vagas para que todos os candidatos possam ter acesso a uma especialidade, a criação do Curso de Medicina de Aveiro não obedeceu sequer a uma necessidade ou vantagem de aumentar a formação de recursos humanos a curto, médio ou longo prazo”.
 

A falta de acreditação do curso resultou do parecer da Comissão de Avaliação Externa (CAE) que concluiu que “o corpo docente da Universidade de Aveiro é insuficiente para assegurar a implementação e o desenvolvimento do plano de estudos e seus conteúdos, não tendo sido garantido o empenhamento do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) na participação no projecto, considerada essencial”.
 

A Universidade de Aveiro recorreu para o conselho de revisão da A3ES, que recusou o recurso e confirmou a decisão de não acreditação do ciclo de estudos.
 

O reitor da Universidade de Aveiro, Manuel Assunção, disse discordar “do processo e do resultado da avaliação” daquela agência, que rejeita a acreditação do curso, “feita quando este tinha apenas dois meses de funcionamento”, mas reconhece que o consórcio estabelecido com o ICBAS não funcionou.
 

Para o reitor de Aveiro, face à situação criada, “a prioridade é salvaguardar o interesse dos estudantes, com quem a reitoria está em diálogo, respeitando as decisões individuais que tomarem”.
 

A universidade, disse, vai procurar estabelecer um novo consórcio “que dê garantias e que procure responder à formação avançada de estudantes de medicina já graduados”.
 

O curso é justificado pelas vantagens em potenciar a investigação que é feita na Universidade de Aveiro, nesta área, de modo a ter repercussões nos cuidados prestados às pessoas e contribuir, com os seus efeitos, para as dinâmicas das unidades de saúde.     
 

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