80% das escolas públicas oferecem inglês extracurricular ao 1.º e 2.º ano

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Não há contas feitas sobre o número de professores necessários se o Inglês se tornar obrigatório Nelson Garrido/Arquivo

O inglês no âmbito das actividades de enriquecimento curricular (AEC) foi oferecido este ano lectivo aos alunos do 1.º e 2.º ano de escolaridade em cerca de 80% das escolas públicas, segundo dados preliminares divulgados pelo Ministério da Educação.

Segundo os dados da Direcção Geral de Estatística da Educação e Ciência (DGEEC), num total de 3.946 escolas públicas que responderam ao inquérito relativo às AEC, os alunos do 1.º e 2.º anos têm inglês extracurricular em 81,1% das escolas da rede pública, ou seja, 3.146 estabelecimentos.

Já os do 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo de escolaridade podem frequentar inglês nas AEC em 90,5% dos estabelecimentos, ou seja, 3.539 escolas.

Na perspectiva dos alunos, os dados indicam que 70,6% das crianças matriculadas no 1.º ou 2.º anos de escolaridade estão abrangidas pelo ensino da língua inglesa no âmbito das AEC, o que se traduz num total de 121.706 alunos.

Já a percentagem de alunos do 3.º e 4.º anos a frequentar inglês no âmbito extracurricular é de 80,8%, num total de 141.967 crianças.

“Para analisar os dados agora apresentados, é preciso ter em conta as alterações implementadas no currículo dos alunos do 1.º ciclo, designadamente a introdução no currículo do Apoio ao Estudo e Oferta Complementar, que pode incluir, entre outras possibilidades, o ensino de Inglês e o desenvolvimento de projectos como o do ensino bilingue ou do mandarim nalgumas escolas”, sublinhou o MEC, em comunicado divulgado nesta quinta-feira.

O mesmo documento acrescenta que “essas alterações permitiram, simultaneamente, o reforço e a autonomia de gestão da componente curricular”, que por sua vez teve um “impacto directo na organização das actividades facultativas das AEC”.

“Houve uma transferência da responsabilidade de promoção dessas actividades, que em muitos casos passaram a ser desenvolvidas directamente pelas escolas. Essa transferência foi acompanhada por uma maior autonomia das escolas na selecção das actividades que seriam oferecidas, para além de uma melhor utilização dos seus recursos”, defendeu o Ministério.

O MEC sublinha ainda que é preciso ter em conta a alteração do modelo das AEC, que agora podem ter entre quatro a seis horas semanais de actividades, por escola.

“Assim, apesar de ter sido mantida a diversidade de ofertas, os encarregados de educação na prática passaram a seleccionar três actividades para frequência pelo seu educando. Este facto tem uma tradução estatística que se reflecte num padrão de distribuição dos alunos pelas AEC que não permite comparações directas com a procura de cada actividade nos anos lectivos precedentes”, conclui o comunicado do ministério.

Ainda assim, os dados permitem perceber que numa perspectiva regional são as escolas do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo que mais apostam no ensino da língua inglesa nas AEC no 1.º e 2.º anos do 1.º ciclo, com mais de 80% de estabelecimentos a disponibilizarem o inglês na sua oferta. São também estas as duas regiões com mais alunos destes anos a frequentar o inglês nas AEC.

No 3.º e 4.º anos a quase totalidade dos estabelecimentos oferece inglês nas AEC, mas é no Norte, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo que se encontram percentagens mais elevadas de alunos abrangidos.

Quanto a outras actividades, o ensino da música está presente em pouco mais de metade das escolas da rede pública (52,6%) e abrange apenas 41,3% dos alunos do 1.º ciclo.

A actividade desportiva é oferecida em quase 90% das escolas e frequentada por 78,3% dos alunos.

As actividades lúdico-expressivas são oferecidas em AEC por 57,7% das escolas e abrangem 66% das crianças do 1.º ciclo.

Há ainda 46% das escolas que disponibilizam apoio à família, abarcando 81.132 alunos dos quatro primeiros anos de escolaridade.

 
Notícia substituida às 22h42

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