Gonçalo Saraiva Matias, 35 anos, vice-director da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, é o novo director do Observatório das Migrações. Doutorado em Direito — com uma tese em Direito das Migrações — tem entre as suas prioridades, já em Janeiro, trabalhar com as universidades para estudar a forma de captar mais estudantes de outros países.

O Observatório das Migrações é uma unidade informal no âmbito do Alto Comissariado para as Migrações que tem por função o estudo e acompanhamento estratégico e científico das migrações. Sucede ao Observatório da Imigração — a mudança de nome acompanha a nova estratégia do comissariado que deixou de centrar atenções apenas na integração de imigrantes, para ter como objectivo também a captação “de imigrantes, olhando para perfis como os estudantes, os empreendedores e os artistas”, explica Gonçalo Matias.

Nesse sentido, informa, já no início de Janeiro haverá “um workshop com universidades portugueses” para debater formas de captar mais estudantes estrangeiros.

Outra das missões do Alto Comissariado passa a ser a emigração. E o apoio ao regresso dos que têm emigrado. Gonçalo Matias diz que neste ponto o papel do observatório será o de estudar “os principais destinos dos emigrantes, as razões da saída, as razões que podem levar ao regresso”, de forma a poder apresentar ao Governo propostas de actuação.

O professor de Direito da Católica, também professor convidado da Washington University, na St. Louis Law School, tomou posse este mês. Escreveu As Migrações e a Cidadania, publicado recentemente pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Em 2007 tinha escrito com Patrícia Fragoso Martins “A convenção internacional sobre a protecção dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e dos membros das suas famílias: perspectivas e paradoxos nacionais e internacionais em matéria de imigração”, para o antigo Observatório da Imigração.