Dezenas de milhares de pessoas acompanharam hoje a imagem da Senhora de Fátima pelas ruas do centro de Lisboa, durante a procissão das velas que antecedeu a consagração da cidade à Virgem.

Num clima de grande emoção, a procissão da Luz partiu da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Avenida de Berna, cerca das 17h00, rumo aos Restauradores, passando pela Avenida da República, Praça Duque de Saldanha, Avenida Fontes Pereira de Melo, Marques de Pombal e Avenida da Liberdade.

Ao longo do percurso, os fiéis entoaram cânticos, empunharam velas e acenaram com lenços brancos à imagem de Nossa Senhora.

A emoção era visível nos rostos das pessoas, à passagem da imagem que habitualmente está na Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima. “Parece o 13 de Maio”, dizia uma mulher. “O povo português é assim, não aprofunda as coisas, mas emociona-se”, sustentou, por sua vez, um homem.

Pedro Guimarães esteve encarregado da venda de velas perto da Igreja de Nossa Senhora de Fátima e considerou que a procissão é “uma forma de aproximar os católicos uns dos outros”.

A consagração da cidade de Lisboa à Senhora de Fátima foi feita pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, no final da procissão, numa cerimónia nos Restauradores que incluiu uma oração pelos fiéis de outras religiões e pelos não crentes.

"Consagramo-Vos toda a nossa cidade, os seus responsáveis, todos os que procuram generosamente fazer dela um espaço de convivência e de dignidade. Entregamo-Vos também aqueles que não são crentes ou adoram a Deus noutra religião", disse D. José Policarpo, nos Restauradores, no final da procissão das velas.

A consagração decorreu no âmbito do Congresso Internacional para a Nova Evangelização, que começou dia 5 de Novembro e termina amanhã, com uma missa no Mosteiro dos Jerónimos.

A imagem da Senhora de Fátima, em cuja coroa foi incrustada a bala que feriu o Papa João Paulo II no atentado na Praça de S. Pedro, em Roma, deslocou-se a Lisboa pela última vez a 17 de Maio de 1959, pela inauguração do monumento do Cristo Rei.

A imagem tinha visitado a capital em 1942, durante o Congresso da Juventude Católica e em 1946, durante uma peregrinação que percorreu a Estremadura e Ribatejo.

A última saída desta imagem do Santuário de Fátima ocorreu em Outubro de 2000, para a consagração do novo milénio à Virgem Santíssima, em Roma. Esta foi a nona vez que a imagem sai da Capelinha das Aparições, na Cova da Iria.