Morreu Luís de França, um dos fundadores da Oikos

Cerimónias fúnebres decorreram esta tarde no cemitério de Benfica.

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Luís de França destacou-se em inúmeras iniciativas de cidadania DR

Luís de França, um dos fundadores da Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, morreu nesta terça-feira. A missa de corpo presente foi esta quarta-feira, por volta das 13h30, na Igreja do Convento de São Domingos, na Av. Lusíada, em Lisboa. Seguiram-se as cerimónias fúnebres no cemitério de Benfica.

Era engenheiro químico de formação. Foi ordenado frade dominicano no final da década de 60. Co-fundou a associação sem fins lucrativos, que agora está presente em Portugal e em vários países de África e da América Latina, em 1988. Foi director das estratégias e programas de Educação para o Desenvolvimento e para a Cidadania Global entre 1988 e 1998. Em Maio de 1998 tornou-se presidente do Conselho Directivo, cargo que ocupou até Setembro de 2004.

Há 12 anos, rumou a Angola em serviço de missão na sua qualidade de sacerdote dominicano. Deu aulas na Universidade Católica em Luanda. Antes disso tinha estado anos no Instituto de Estudos para o Desenvolvimento, onde desenvolveu diversos projectos de investigação, de que são exemplo os textos A comunidade cabo-verdiana em Portugal e Estudantes africanos em Lisboa

Sentindo-se doente ao Convento de São Domingos. No dia 14 de Junho, foi internado na Casa de Saúde da Idanha (Instituto das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, onde morreu.

O actual presidente da Oikos, João José Fernandes, colaborou com Luís de França nos órgãos sociais daquela organização não-governamental para o desenvolvimento e em inúmeras iniciativas de cidadania. “O Prof. Luís de França teve uma ampla presença cívica na sociedade portuguesa, permitindo-me destacar o papel que desempenhou no diálogo inter-religioso, numa antecipação e prevenção face aos tempos de conflitualidade cultural que já se antecipavam na Europa e no mundo”, reagiu, numa nota emitida pela Oikos. “Estou certo que muito contribuiu para a forma positiva como na sociedade portuguesa encaramos a diversidade cultural, o ecumenismo e o acolhimento aos imigrantes.”

Cristina Peixinho, que trabalhou com o frei na área da educação para o desenvolvimento, destaca o seu carácter "humanista". "Ele era um homem dos direitos humanos. Quem passou por ele ficou marcado por ele. Era um verdadeiro humanista, no sentido de aceitar o outro, de perdoar o outro, de ouvir o outro", disse. Parece-lhe que ninguém sabia tanto sobre educação para o desenvolvimento.

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