Misericórdias dizem que desperdício alimentar é um problema cultural

Falta planeamento para mudar os hábitos de consumo dos portugueses.

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Misericórdias tentam afastar as crianças da fast food, para reeducar hábitos de consumo João Henriques/Arquivo

O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, manifestou-se neste sábado preocupado com os resultados do estudo sobre desperdícios alimentares, que revelam “problemas culturais” antigos.

Manuel Lemos comentava assim o estudo sobre desperdício alimentar, antecipado neste sábado pelo PÚBLICO e pelo Expresso, que indica que Portugal perde um milhão de toneladas de alimentos por ano. Este valor, inferior à média europeia, significa que cada habitante português desperdiça 97 quilos de alimentos por ano.

O responsável da União das Misericórdias Portuguesas afirmou que “Portugal viveu num mundo de abastança”, depois aconteceu a crise, “mas os hábitos culturais têm 20 ou 30 anos”.

O estudo, que será apresentado na quinta-feira em Lisboa, propõe várias medidas para os consumidores reduzirem as perdas de comida, como o planeamento das compras e das refeições, mas também para os responsáveis da área da distribuição e oferta, como a criação de embalagens mais pequenas.

Para Manuel Lemos, há falta de planeamento: “Ser pobre é a incapacidade de gestão de recursos, é muito mais do que não ter dinheiro”.

Do lado das Misericórdias, Manuel Lemos disse que tem tentado “ensinar e formar as crianças, a nova geração, para que elas não queiram todas ir para a fast food e se habituem a perceber que a comida tradicional... E os pais têm de ensinar os filhos a comer de tudo”.<_o3a_p>

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