Minho é a melhor universidade nacional com menos de 50 anos

Portugal tem três instituições entre as 100 melhores do ranking Times Higher Education.

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O reitor da UM, António Cunha, fala num resultado “muito positivo” PAULO RICCA / ARQUIVO

A Universidade do Minho (UM) passou a ser a melhor nacional no ranking das 100 melhores instituições de ensino superior com menos 50 anos, que é publicado pela Times Higher Education (THE), uma das mais prestigiadas publicações especializadas do sector. Portugal tem outras duas representantes na lista – Aveiro e Nova de Lisboa –, mas começa a ver as suas posições ameaçadas pela entrada de instituições de países emergentes.

Na lista da THE, publicada esta quarta-feira, Portugal mantém as mesmas três instituições – todas fundadas em 1973 – do ano anterior. Já as respectivas posições sofreram alterações. A Universidade de Aveiro, que há um ano era a melhor nacional (66º), sofreu uma queda de 13 posições. Em sentido contrário, a Universidade Nova de Lisboa subiu cinco lugares, passando a ser a 87ª. A melhor representante nacional passou a ser a UM, que tinha entrado na lista apenas há um ano, subindo agora um lugar (76º para 75º).

“Satisfeito” com um resultado que considera “muito positivo”, o reitor da UM, António Cunha prefere, no entanto, “relativizar” essa prestação individual, sublinhando o facto de haver três universidades portuguesas, ainda por cima criadas no mesmo ano, na lista das melhores instituições de ensino superior jovens. “É um facto muito relevante”, considera.

Também o editor de rankings da THE, Phil Baty, considera “encorajador” que Portugal coloque três representantes nesta lista, tanto mais que não tem nenhum representante no top 200 dos World University Ranking, editado pela mesma publicação. Estes resultados fazem do país o 12º melhor, à da Áustria, Dinamarca, Noruega ou Holanda, por exemplo. Globalmente, a lista continua a ser liderada, pelo terceiro ano consecutivo, pela Pohang University of Science and Technology da Coreia do Sul, enquanto a sua rival nacional Korea Advanced Institute of Science and Technology mantém o terceiro lugar do ano passado. A École Polytechnique Fédérale de Lausanne, na Suíça, mantém a segunda posição, completando o pódio.

“Todavia, as universidades portuguesas estão todas na parte baixa da tabela e são ofuscadas por instituições mais jovens de economias em crescimento”, adverte Baty. Os países emergentes “concentraram os seus recursos na construção de universidades de nível mundial”, pelo que “a competição vai intensificar-se” nos próximos anos, o que pode ser uma ameaça para as representantes portuguesas.

António Cunha reconhece essa realidade e antecipa que “será extremamente difícil” que Portugal não venha a perder os seus representantes nestas listas. Tanto mais que os rankings agora publicados reflectem a situação das universidades há dois anos e, de então para cá, as instituições tiveram que enfrentar os problemas decorrentes dos cortes orçamentais. “Isso vai criar instabilidade a médio prazo”, antecipa o reitor.

A UM é também a melhor representante nacional noutro ranking internacional publicado esta quarta-feira, A lista de Laiden, elaborado pela CWTS, mede a performance científica e coloca o Minho no 379º lugar entre 750 instituições mundiais. As universidades Nova de Lisboa (404º), Porto (436º), Aveiro 8446º) e Coimbra (513º) são as restantes representantes nacionais de uma lista dominada nos primeiros lugares pelas instituições norte-americanas e liderada pela universidade Rockefeller.

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