Mário Nogueira, em protesto à porta do ministro, acabou por ser recebido por Crato

Secretário-geral da Fenprof esteve sentado no ministério, recusando-se a sair. Nogueira acusa Nuno Crato de mentir sobre prazo das negociações.

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Mário Nogueira quer voltar a ser recebido PÚBLICO

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) esteve sentado à porta do Ministério da Educação e da Ciência, no Palácio das Laranjeiras, esta sexta-feira, em Lisboa, a exigir ser novamente recebido por Nuno Crato, a quem acusa de mentir. Depois de o ministro e o secretário de Estado terem reunido com a Fenprof, Nogueira voltou a exigir ser recebido. E foi.

Em causa está o prazo para a negociação da proposta de alteração dos Quadros de Zona Pedagógica. Crato disse a Nogueira, e também aos jornalistas, que as negociações prosseguem. Contudo, o director-geral da Administração Escolar informou, pouco depois, a Fenprof que as negociações, abertas na quarta-feira, terminavam esta sexta-feira.

O secretário de Estado Casanova de Almeida, que tem liderado o processo com as organizações sindicais, esclareceu, através de uma das assessoras de imprensa do ministério, que as negociações prosseguiriam apenas se os sindicatos requeressem negociação suplementar, porque, nesse caso, não poderia desrespeitar a lei.

Após algum tempo de protesto, Mário Nogueira acabou por ser recebido por Crato, com quem esteve reunido. Na reunião, esteve também Casanova de Almeida. "O ministro está a leste", comentou o sindicalista no final deste último encontro, revelando que Crato foi pedindo esclarecimentos sobre o caso tanto ao secretário de Estado, como a uma jurista dos seus serviços. Resultado: "O ministro disse que iríamos ser contactados pelo secretário de Estado às 17 horas, para nos dizerem se haverá ou não outra reunião".

Nogueira lembrou que, conforme previsto na lei, o processo de negociações terá obrigatoriamente de contar com mais uma reunião, que deve ser convocada depois de os sindicatos apresentarem o seu parecer sobre a proposta apresentada. Caso haja desacordo, os sindicatos podem requerer um processo de negociação suplementar. “Se, às 17 horas, nos disserem que a negociação terminou, em vez de requerermos o prazo suplementar, avançaremos de imediato com queixas na Assembleia da República e nos tribunais, por desrespeito da lei”, anunciou.
 
 

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