Mário Machado condenado a sete anos e dois meses de prisão

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Mário Machado conheceu hoje a sentença PÚBLICO (arquivo)

Quatro penas de prisão efectiva, duas penas suspensas e duas absolvições. Foi este o veredicto final ditado pelo colectivo de juízes no Tribunal de Loures, que julgou um caso onde se somavam os crimes de roubo, sequestro, coacção e posse ilegal de armas.

Entre os condenados conta-se Mário Machado, líder do grupo extremista Hammerskins e dirigente da organização de direita Frente Nacional. Machado viu serem-lhe aplicados mais sete anos e dois meses de cadeia, os quais, somados a duas outras anteriores condenações, contribuem para um total de 15 anos de reclusão.

Mário Machado, o mais mediático dos oito arguidos identificados em 2009 pelos inspectores da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, não foi, contudo, o suspeito condenado com a pena mais pesada. Essa coube ao professor universitário Rui Dias, que viu ser-lhe aplicado um total de nove anos de cadeia. O tribunal deu como provado ser culpado de diversos crimes de roubo e sequestro agravados e coacção (os advogados de Machado e de Dias já anunciaram que vão recorrer). Fernando Gonçalves, a quem foi lida a segunda mais dura pena, vai ter de cumprir sete anos e dez meses de prisão.

Dos arguidos que ontem conheceram as sentenças, quatro assumiram-se como elementos da organização extremista Hammerskins de Portugal. Surgiram na sala de audiências com T-shirts (algumas com alusões ofensivas) do movimento. Após a leitura da sentença afirmaram, como foi o caso do absolvido Nuno Themudo da Silva (condenado em 1995 no processo de que resultou a morte de Alcino Monteiro), que a sua presença em tribunal mais não foi do que o resultado de uma perseguição policial. “O tribunal nada provou em relação ao tráfico de droga, mas apenas em relação às banhadas [o grupo atraía vítimas com a promessa de lhes vender droga e depois espancava-as e retirava-lhes dinheiro e automóveis]. Isso prova que os Hammerskins não são traficantes”, disse.

Outro dos condenados em 1995, e que recentemente passou pelo estabelecimento prisional anexo à PJ de Lisboa, Nuno Cláudio Cerejeira, viu ser-lhe decretada a pena de dois anos e dois meses de cadeia, pena essa que irá ficar suspensa. Cerejeira, também identificado no processo como João da Tasca, seria o elemento do grupo que atraía as vítimas aos locais onde eram roubadas e sequestradas. A pena suspensa (por um ano) foi ainda aplicada a João Dourado, a quem foram decretados dez meses de reclusão.

A leitura da sentença esteve para ser adiada pela terceira vez depois de o advogado de Machado, José Manuel Castro, ter alertado a juíza para o facto de não lhe ter chegado em tempo útil (três dias) o despacho relativo à requalificação dos factos (Machado deixou de ser indiciado por um crime de tráfico de droga para passar a suspeito de um crime agravado de sequestro e outro de burla). A culpa desta falha foi, concluíram advogados e juíza, do sistema Citius, rede informática que informa os agentes da Justiça.

Notícia actualizada às 21h28
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