Mais de 70% das mulheres não estão atentas aos sintomas do cancro do ovário

Liga Portuguesa Contra o Cancro lança campanha informativa

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A possibilidade de renunciar à ADSE está prevista na lei desde 2011 Paulo Pimenta

É silencioso, agressivo e difícil de detectar: o cancro do ovário (a sétima causa de morte mais frequente no sexo feminino) permanece desconhecido para 75% das mulheres portuguesas, segundo o estudo que a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) divulgou esta segunda-feira.

No inquérito que a LPCC promoveu através do seu site a mais de 40 mil mulheres, e cujas conclusões foram esta segunda-feira divulgadas, 75% das inquiridas admitiram o seu desconhecimento geral sobre a doença, não descartando a hipótese de este desconhecimento estar na base da elevada taxa de mortalidade evidenciada por esta neoplasia do aparelho reprodutor feminino.

A quase totalidade das inquiridas (97%) admitiram também desconhecer qual a faixa etária com maior risco (a doença aparece mais frequentemente a partir dos 55 anos). Quanto aos sintomas que podem conduzir ao diagnóstico da doença, 52% declararam reconhecê-los, apesar de serem pouco específicos: pressão ou dor abdominal, barriga inchada, sensação de enfartamento, perda de apetite ou prisão de ventre. Não obstante, e admitindo que os sintomas possam ser vagos e silenciosos, cerca de uma em cada quatro mulheres admitiu que falha a consulta anual de ginecologista e 74% disseram não estarem atentas aos sintomas.  

De resto, apenas 1% das inquiridas se mostrou preocupada com o cancro do ovário – no caso do cancro da mama, a percentagem subiu para os 64%. “É preciso lembrar que só a vigilância regular da saúde da mulher e um diagnóstico precoce nos permitirão agir atempadamente e tratar com sucesso este tipo de cancro”, sublinhou Deolinda Pereira, oncologista e especialista no tratamento do cancro do ovário, no comunicado divulgado pela LPCC.

O diagnóstico deste tumor é feito com exames físicos e pélvicos, ecografias, TAC e análises ao sangue com um marcador tumoral, as quais poderão ser seguidas de uma biópsia.

Na próxima quinta-feira, em que se assinala o Dia Mundial do Cancro do Ovário, a LPCC vai iniciar uma campanha de informação sobre a patologia cuja incidência tem vindo a aumentar nos países desenvolvidos. Nesse mesmo dia, a LPCC vai reunir com os deputados da Comissão Parlamentar de Saúde

 

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