Madeira quer lançar concurso para novo hospital já este ano

Executivo regional convocou imprensa para desmentir tese do PS local de que o projecto estava parado e o valor tinha sido empolado.

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Governo de Miguel Albuquerque garante lançamento do concurso Nuno Ferreira Santos

A Madeira quer avançar com o concurso internacional para a construção de um novo hospital central ainda este ano. A garantia foi deixada esta terça-feira numa conferência de imprensa conjunta, que reuniu três secretários regionais – Finanças, Saúde e Assuntos Parlamentares -, marcada para reagir às recentes declarações do líder do PS local sobre este dossier.

Carlos Pereira, presidente dos socialistas madeirenses, acusou esta semana o executivo regional de ter esquecido a construção do novo hospital, contestando ainda os valores apresentados do projecto (340 milhões de euros) quando comparados com outras unidades que estão a ser projectadas no país, como o de Évora (167 milhões de euros).

Porém, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares, Sérgio Marques, que tutela as obras públicas do arquipélago, desmentiu de “forma muito clara” as contas de Carlos Pereira. Os custos de construção do hospital madeirense, descontando o IVA, os equipamentos e as expropriações, rondam os 195 milhões de euros, o que tendo em conta as 558 camas previstas dá um rácio de 349 mil euros por cama.

O projecto de construção do Hospital Oriental de Lisboa, orçado em 346 milhões de euros e que contempla 825 camas, apresenta um rácio de 419 mil euros/cama, enquanto o de Évora (351 camas) sobe para 475 mil euros/cama, de acordo com documentação fornecida na conferência de imprensa. Contas que foram sublinhadas também pelo responsável pela pasta da Saúde, Pedro Ramos, referindo que só é possível “comparar o que é comparável”. Os cálculos, garantiu, estão bem feitos.

Hospital é bandeira eleitoral

A construção de um novo hospital central na Madeira foi uma das bandeiras eleitorais do executivo do social-democrata Miguel Albuquerque, e reúne consensos entre os partidos políticos regionais. Mas a forma como será financiado tem dividido governo e oposição. O Funchal chegou a apresentar uma candidatura a Projecto de Interesse Comum, para que o Estado assumisse 80% dos custos do obra, mas viu essa pretensão ser recusada.

O único compromisso que Lisboa assumiu foi o de co-financiar em 50% a infra-estrutura, inscrevendo essa intenção no Orçamento de Estado para este ano. Soube a pouco para o governo regional, que mesmo assim, acusa agora o executivo de António Costa de ainda não ter iniciado o processo.

“No dia 9 de Janeiro enviamos uma carta ao Ministério das Finanças a nos prontificar para a todo o momento iniciar este processo de colaboração para garantir o financiamento do hospital da Madeira”, disse o secretário regional das Finanças, Rui Gonçalves, distribuindo cópia da missiva aos jornalistas. Por isso, insistiu, é “completamente falso” que o processo esteja parado.

A carta, “que apesar de não ter muito tempo parece que já está esquecida”, pede celeridade ao governo para que o concurso internacional possa ser aberto ainda este ano. Até ao final do Verão, fica concluída a fase de projecto e o Orçamento Regional para este ano incluiu já 2,5 milhões de euros para iniciar as expropriações.

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