Lisboa foi o distrito mais afectado pelo temporal

Relatório da Protecção Civil dá conta de um morto, dois feridos graves e 19 ligeiros. 46 pessoas foram deslocadas de suas casas, das quais 30 na capital.

Foto
Bombeiros e Protecção Civil foram chamados sobretudo por causa de quedas de árvores Fernando Veludo/Nfactos

As contas são da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e dão uma ideia dos estragos causados pelo temporal que assolou o país na sexta-feira e no sábado: nesses dois dias foram registadas 9499 ocorrências, sendo Lisboa o distrito mais afectado, com 2650 incidentes, sobretudo quedas de árvores.

De acordo com o mais recente balanço da ANPC, relativo ao período entre as 8h de sexta-feira e a meia-noite de sábado, a chuva e vento fortes fustigaram sobretudo o distrito da capital, onde as equipas de socorro foram chamadas para intervir em 96 deslocamentos e desabamentos, 78 inundações, 55 limpezas da via pública, 1320 quedas de árvores e 1101 quedas de estruturas.

Coimbra, com 962 ocorrências, foi o segundo distrito mais afectado, com 728 quedas de árvores. Segue-se o Porto com 775 incidentes, Santarém com 763, Setúbal com 760, Leiria com 602, Aveiro com 584, Viseu com 538, Castelo Branco com 340, Braga com 294, Portalegre com 282, Évora com 238, Faro com 205, Viana do Castelo com 187, Beja com 122, Vila Real com 90, Guarda com 60 e Bragança com 47. A queda de árvores foi a principal ocorrência (ver infografia).

O mau tempo não provocou apenas danos materiais: duas pessoas ficaram feridas com gravidade e há ainda 19 feridos ligeiros, dos quais dez são bombeiros.

Quatro pessoas foram assistidas e 46 tiveram de ser deslocadas das suas residências, das quais 30 só em Lisboa. Destas, quatro ficaram desalojadas – uma família de três elementos residente em Marvila, na cidade de Lisboa, e um morador de Vila Franca de Xira –, tendo os restantes sido deslocados temporariamente por razões de segurança, indicou o adjunto distrital do Comando Distrital de Operações de Segurança de Lisboa, Francisco Miguel.

Foi também o que sucedeu com os 18 utentes de um lar de idosos em Odivelas. Sete pessoas de Loures e uma de Caxias foram também obrigadas a abandonar temporariamente as suas residências.

A Protecção Civil tem ainda registo de um morto, um homem de 85 anos, de Abrantes (Santarém). A versão inicial dos bombeiros era a de que o idoso teria morrido com um traumatismo craniano depois de ter sido projectado contra o chão pelo portão de casa, devido à força do vento. O homem foi assistido pelos Bombeiros Voluntários de Abrantes e por uma equipa do INEM, que concluiu que teria sido essa a causa da morte. "Uma vizinha ouviu os portões a bater e, dado as escoriações que apresentava, tudo apontava nesse sentido", disse o comandante António Manuel.

Porém, citada pelo Jornal de Notícias, a declaração de óbito da médica de família do idoso aponta “causas naturais”. "Esse foi o entendimento da médica, não temos mais nada a dizer", afirmou o comandante ao PÚBLICO. Familiares da vítima adiantaram àquele jornal que o homem morreu devido a um ataque cardíaco. O idoso não foi transportado ao hospital.

Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Santarém explica que os dados da ANPC apenas têm em conta as informações fornecidas pelas equipas de socorro à chegada ao local.

Nas operações de socorro estiveram envolvidos 35 mil operacionais, apoiados por 11 mil veículos.
 
 

Sugerir correcção
Comentar