Linhas orientadoras apontam para rejuvenescimento da RTP 1 e Antena 1

Conselho independente quer programação mais diferenciada e complementar que se torne mais relevante par um "maior e mais diversificado número de cidadãos".

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As linhas orientadoras estratégicas para a RTP, divulgadas esta quinta-feira pelo Conselho Geral Independente (CGI), apontam para uma aposta "numa estratégia de renovação e rejuvenescimento da RTP 1 e da Antena 1, assim como no relançamento, renovação e afirmação da RTP2".

Na segunda-feira, o CGI tinha anunciado que iria indigitar Gonçalo Reis, antigo administrador da estação pública, para presidente da RTP, e o argumentista Nuno Artur Silva para vogal do Conselho de Administração.

Entre as linhas estratégicas de âmbito específico, o CGI adianta que em relação à rádio, devem ser promovidas iniciativas que tenham como objectivo "a valorização e a renovação dos respectivos serviços de programas, tanto do ponto de vista da distribuição e aproveitamento dos recursos, como da afirmação da identidade e especificidade de cada um deles".

Desenvolver iniciativas que promovam a dimensão estratégica das antenas internacionais da Rádio - RDP África e RDP Internacional, "com incidência na sua expressão institucional, na política de proximidade, na expressão cultural em língua portuguesa e numa estratégia assente na dimensão das políticas públicas" é outra das linhas estratégicas específicas.

"Prosseguir e completar os estudos sobre a qualidade com que chegam às casas dos portugueses as emissões dos vários serviços de programas de rádio da RTP, estudar os investimentos necessários e corrigir as situações críticas identificadas", bem como "aprofundar as experiências de convergência de conteúdos entre a rádio, a televisão e o multimédia" são outras das orientações.

A RTP deve ser "uma empresa com serviços de programas que se afirmam pela diferenciação e complementaridade", tornando os serviços de programas mais relevantes para um maior e mais diversificado número de cidadãos, estabelecendo iniciativas e metas para o efeito", defende ainda o documento.

O aumento do peso relativo nas grelhas de programas dos géneros Cultura e Conhecimento, Juventude e Desportos, além do futebol, deverá contribuir para aumentar a diversidade da programação e o rejuvenescimento dos serviços de programas, com destaque para a RTP1, "garantindo o crescimento da oferta de programação e informação para crianças e adolescentes", são também orientações dadas pelo CGI, que sublinha a necessidade de promover serviços informativos dirigidos para segmentos jovens e que envolva a sua participação.

A RTP deve ser "uma empresa que aposta nas novas plataformas digitais" e procurar sinergias entre rádio, televisão e Internet, embora "salvaguardando as linguagens próprias e as especificidades de cada um destes meios, num quadro de efectiva colaboração e complementaridade".

Além disso, a RTP deve garantir o acesso, por parte dos autores e produtores independentes que prevejam os elementos essenciais do processo de produção de conteúdos em sentido amplo, lançar concursos de propostas de produção de conteúdos que sejam claros e dinamizar encontros periódicos entre profissionais do sector da produção que potenciem a troca de experiências e o desenvolvimento de redes colaborativas.

"Uma vez definidas as soluções estruturais que permitam aos centros de produção das regiões autónomas condições para um trabalho com qualidade, incentivar uma estratégia de reestruturação, relançamento e renovação dos serviços de programas regionais", refere o documento do CGI, adiantando que a RTP Madeira e RTP Açores "devem desenvolver uma estratégia que permita a oferta de conteúdos informativos de proximidade".

Além disso, os serviços de programas internacionais de televisão e rádio (RTP Internacional, RTP África, RDP Internacional e RDP África) "são o principal elo de ligação com Portugal", pelo que "deve ser oferecido a essas comunidades lusófonas um melhor acesso à actual realidade portuguesa com uma programação mais rica em informação, desporto, música e os domínios da cultura e sociedade".

As linhas orientadoras "servirão como referencial para o Conselho de Administração da RTP na elaboração do Projecto Estratégico da empresa, ao qual caberá a definição de objectivos, na sua delimitação temporal, linhas de acção e indicadores de gestão e desempenho", adianta o CGI.

"O Projecto Estratégico deverá ser elaborado, também, no respeito pelo Contrato de Concessão do Serviço Público de Televisão e pela legislação em vigor", refere. 

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