Liga dos Combatentes “revoltada” com o poder político

Em discurso de inauguração de monumento, Liga lamenta as consequências da fusão dos antigos hospitais militares e da criação do Hospital das Forças Armadas.

Foto
Liga lamenta o "reduzido número de efectivos" que o novo hospital serve Rui Gaudêncio

Os responsáveis da Liga dos Combatentes sentem alguma falta de sensibilidade do poder político para os problemas dos antigos militares. Isso mesmo afirmou, neste sábado, o secretário-geral da Liga dos Combatentes, coronel Faustino Hilário, que lamentou as consequências da fusão dos antigos hospitais militares e da criação do Hospital das Forças Armadas (HFAR).

“Continuamos a ter um poder político que não responde às necessidades dos combatentes. O pessoal do quadro permanente ainda tem algum apoio, mas as praças não as vejo no famoso Hospital das Forças Armadas, que é uma aberração”, afirmou Faustino Hilário, que falava na cerimónia de inauguração de um monumento de homenagem aos combatentes, em Vila Franca de Xira.

A funcionar desde Abril de 2013 nas antigas instalações do Hospital do Lumiar, em Lisboa, o HFAR resultou da fusão dos quatro antigos hospitais militares de Lisboa. “Serve apenas o reduzido número de efectivos a que nos conduziram. Mas temos 450 mil, pelo menos, antigos combatentes e as suas famílias a necessitarem de apoio. Foi mais importante vender os antigos hospitais militares”, acusou.

Depois, Faustino Hilário observou que a Liga dos Combatentes pediu autorização à tutela para utilizar o antigo Forte do Bom Sucesso nas suas actividades. “Fica ao pé da Torre de Belém e é onde está o monumento mais significativo, e único, de homenagem aos combatentes. Mas pediram-nos 17.500 euros de renda por mês. Assim não! Ninguém sabe o que faz nas assessorias junto de quem tem a capacidade de decidir. As pessoas são mal aconselhadas.”

“Eles não sabem o que nós passámos, o que nós sofremos. Eles não percebem por que é que esta amizade dura tanto tempo”, disse ainda, dirigindo-se aos ex-combatentes presentes.

Já Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca, afirmou que os governos do país “já deveriam ter feito mais para apoiar os atingidos pelos traumas da guerra”.

O monumento inaugurado foi desenhado pelo escultor João Duarte e resulta de uma parceria entre a câmara e o núcleo da Liga dos Combatentes.

        

 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários