Justiça em japonês

O Governo começou esta segunda-feira a pôr em prática o que caracterizou como a “maior reforma do sistema de justiça em mais de 200 anos”. Já aqui foi escrito que esta reforma faz sentido.

O que não faz sentido é fazer de conta que começou bem. O problema não são os contentores em Loures, que só surpreenderam os distraídos. O sistema informático dos tribunais não funciona e isso é mais do que um grão de areia no sapato. No primeiro dia após as férias judiciais o sistema não funcionou e todos arrumaram papéis e escritórios. Ontem, segundo dia, a mesma coisa, apesar de algumas melhorias. Claro que a ministra tem de mostrar serenidade e confiança na resolução dos problemas inesperados. Há sobressaltos informáticos em todo o mundo e em todas as grandes mudanças. Mas dizer que há “uma grande tranquilidade” nos tribunais quando até já há queixas-crime (um triste espectáculo da Ordem dos Advogados) e todos se queixam de não conseguirem usar a plataforma Citius parece uma tradução que se perdeu de alguma língua longínqua.

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