Julgamento de médica acusada de homicídio por negligência começa em Portimão

Uma enfermeira de 27 anos morreu durante uma cirurgia aos ovários a que se submeteu para poder engravidar.

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Quase três mil médicos saíram do SNS em 2012 Enric Vives-Rubio

O Tribunal de Portimão inicia esta terça-feira de manhã o julgamento de uma médica ginecologista acusada de homicídio por negligência, por alegadamente ter causado a morte a uma mulher na sequência de uma intervenção cirúrgica.

O caso remonta a Abril de 2011, quando a vítima, uma mulher de 27 anos, enfermeira, aceitou a sugestão da médica de se submeter a uma cirurgia aos ovários para poder engravidar.

Vera Alves morreu no bloco operatório no Hospital Particular do Algarve, em Portimão, devido a uma hemorragia, supostamente causada por feridas resultantes do acto cirúrgico.

Acusada em Janeiro de 2012 pelo Ministério Público (MP), a médica ginecologista requereu a abertura da instrução do processo, tendo o juiz decidido levá-la a julgamento sob acusação do crime de homicídio por negligência.

De acordo com o despacho de pronúncia, a que a agência Lusa teve acesso, o juiz Pedro Frias concluiu que a morte de Vera Alves ocorreu por "negligência" da arguida durante a cirurgia, ao, alegadamente, não proceder com o cuidado a que, "segundo as circunstâncias, estava obrigada e era capaz". 

Segundo a pronúncia, o procedimento da médica terá provocado uma "hemorragia intra-abdominal e laceração do fígado", que estiveram na origem da morte de Vera Alves.

Para o tribunal, a arguida sabia que devia efectuar as manobras cirúrgicas de forma a não atingir qualquer veia, artéria ou órgão, "mas, por descuido ou inabilidade, não o fez, acabando por lacerar o fígado e provocar as feridas [...], conduta que devia e podia evitar".

A primeira sessão do julgamento está marcada para as 09h30, no 1.º Juízo Criminal do Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Portimão.


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