Jornalistas defendem Ordem da Liberdade para Tolentino de Nóbrega

Jornalistas, amigos muito próximos e pessoas há muito ligadas à comunicação social tornaram pública a proposta de homenagem ao jornalista da Madeira.

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Um grupo de 45 jornalistas defendeu esta segunda-feira a atribuição da Ordem da Liberdade ao jornalista do PÚBLICO Tolentino de Nóbrega, que morreu no passado dia 7 de Abril no Funchal.

Numa declaração pública intitulada Tolentino de Nóbrega – um cidadão livre e um jornalista independente, o grupo defende que, “mais do que todas as profissões de fé que possam ser feitas na liberdade de expressão e de informação e na democracia, são os exemplos dados em vida por profissionais e cidadãos como Tolentino de Nóbrega que devem ser exaltados e comemorados".

"Distingui-lo com a Ordem da Liberdade, embora a título póstumo, cumpriria, na opinião dos subscritores, esse dever, que cabe ao Estado”, acrescenta o grupo.

Tolentino de Nóbrega foi jornalista durante 43 anos, 25 dos quais como correspondente do PÚBLICO na Madeira. Fê-lo "com um enorme e intransigente sentido de independência, a que aliava um firme e simultaneamente suave compromisso com a defesa da liberdade de expressão”.

O grupo lembra que desde o Comércio do Funchal, onde se iniciou em 1972, até ao PÚBLICO (passando pelo Diário de Notícias do Funchal, A Luta, Expresso e O Jornal), “as sempre difíceis condições políticas, sociais e culturais que enfrentou nunca o impediram de praticar um jornalismo sem medo, marcado pelo rigor e por um escrupuloso respeito pelas normas da ética e deontologia profissionais”.

"Tolentino de Nóbrega leva consigo um catálogo completo dos tipos e formas de pressão”, lê-se na declaração pública, que cita a nota da direcção editorial do PÚBLICO do dia da morte do jornalista, numa referência aos "condicionamentos", "ameaças" e "intimidações físicas" que sofreu no exercício da sua função de correspondente. “Se houve lugar difícil para se ser jornalista” nos 40 anos da nossa democracia “foi a Madeira”.

A declaração foi dada a conhecer, na véspera da divulgação, à chanceler do Conselho das Ordens Nacionais, Manuela Ferreira Leite, e ao chefe da Casa Civil do Presidente da República, Nunes Liberato.

A declaração pública é assinada pelos seguintes cidadãos:

Adelino Gomes
Agostinho Jardim Gonçalves
Ana Sousa Dias
António Loja Neves
António Perez Metelo
Áurea Sampaio
Bárbara Reis
Clara Ferreira Alves
Cláudia Azevedo
Diana Andringa
Emanuel Sá Silva
Eugénio Alves
Fernando Paulouro
Francisco Pinto Balsemão
Helena Marques
Jacinto Godinho
Joaquim Catanho Fernandes
Joaquim Fidalgo
Joaquim Furtado
José Alberto Lemos
José Carlos Vasconcelos
José Goulart Machado
José Jorge Letria
José Paquete de Oliveira
José Pedro Castanheira
Leonel de Freitas
Luís Filipe Malheiro
Luís Humberto Marcos
Manuel Pinto
Maria Antónia Palla
Maria Flor Pedroso
Mário Mesquita
Mário Zambujal
Miguel Sousa Tavares
Nicolau Santos
Nuno Pacheco
Pedro Camacho
Pedro Sousa Carvalho
Ramón Font
Rosário Martins
Rui Ludgero Olim Marote
Simone Duarte
Sofia Branco
Sónia Matos
Teresa de Sousa

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