Interrupções voluntárias de gravidez diminuíram 7,6% em 2012

Mais de um quinto das mulheres que abortaram até às dez semanas estavam desempregadas.

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Nas unidades públicas prevalece o método medicamentoso, nas privadas predomina o cirúrgico Paulo Pimenta

As interrupções voluntárias de gravidez (IVG) diminuíram em 2012. No ano passado, registaram-se 18.408 IVG por opção das mulheres até às dez semanas de gravidez, menos 7,6% do que em 2011.

O relatório da Direcção-Geral da Saúde sobre IVG ao abrigo da lei, divulgado esta segunda-feira, aponta ainda para uma diminuição do aborto entre as jovens com menos de 19 anos e entre as mulheres estrangeiras.

Setenta por cento do total das IVG foram praticadas nas unidades do Serviço Nacional de Saúde, com as maternidades Alfredo da Costa (Lisboa) e Júlio Dinis (Porto) a registaram o maior número de abortos. Nas unidades privadas, a Clínica dos Arcos, em Lisboa, é o local onde se praticam mais IVG (5608).

No ano passado, mais de um quinto (22,7%) das mulheres que interromperam voluntariamente a gravidez (4179) estavam desempregadas, um novo aumento face a 2011, ano em que já se tinha registado um acréscimo nesta categoria, que é a predominante. A seguir às desempregadas, surgem as trabalhadoras não qualificadas (17% do total de IVG) e as estudantes (16,8%).

Dois terços das mulheres nunca tinham feito um aborto, um quinto tinha feito um, mas havia casos excepcionais de mulheres (quatro) que admitiam ter abortado mais de dez vezes. Quanto ao método utilizado, continuava a verificar-se a predominância do método medicamentoso nas unidades públicas, enquanto os estabelecimentos privados preferiam o cirúrgico, com anestesia geral.

Mais de metade das mulheres que abortaram tinham um a dois filhos e 40% não tinham filhos. Os totais demonstram que Portugal continua a estar abaixo da média europeia, com 209 IVG por mil nados-vivos, contra 274 na média europeia. 

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