Intermarché deixa de comercializar óleo alimentar transgénico

Estudo da Plataforma Transgénicos Fora aponta cadeia de hipermercados como a que menos cumpre a política de exclusão de alimentos geneticamente modificados.

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O estudo da Plataforma Transgénicos Fora foi feito em dez hipermercados de Lisboa e Porto Rui Gaudêncio

O grupo “Os Mosqueteiros”, detentor dos hipermercados Intermarché, anunciou nesta segunda-feira que vai deixar de comercializar até finais de Março o óleo alimentar da marca Top Budget, produzido a partir de soja geneticamente modificada.

O anúncio da decisão foi feito no dia em que a Plataforma Transgénicos Fora (PTF) considerou o Intermarché como o pior hipermercado a operar em Portugal no que diz respeito à discordância entre a política de exclusão de alimentos transgénicos e a sua comercialização efectiva em loja.

De acordo com um estudo da PTF divulgado nesta segunda-feira, mais de metade do óleo de soja transgénica fabricado em Portugal é responsabilidade da Sovena, produtora de marcas como a Vegê. Fonte oficial do grupo garante, contudo, que “todos os rótulos dos óleos da Sovena têm bastante explícito a sua composição, permitindo ao consumidor uma escolha informada”.

Em comunicado, o Grupo Mosqueteiros garante que a decisão de retirar o óleo alimentar Top Budget já foi "adoptada no ano passado: "Mas, devido a compromissos de ordem comercial, estamos ainda a esgotar os stocks deste produto com vista à sua supressão da gama de produtos comercializados, algo que não deverá ultrapassar o 1º trimestre 2013."

A avaliação da Plataforma Transgénicos Fora, feita em dez hipermercados em Lisboa e no Porto, revela que o Minipreço é o único sem óleo transgénico nas prateleiras, tanto de marca própria como de outras marcas.

A comercialização de alimentos geneticamente modificados não é proibida por lei em Portugal ou na União Europeia. Há, todavia, a hipótese de o consumo destes produtos ter consequências negativas para a saúde, conforme sublinha Margarida Silva, porta-voz da Plataforma Transgénicos Fora. “Podemos dizer que há sinais relativamente aos impactos negativos destes alimentos para a saúde, mas cada caso deve ser estudado isoladamente. Não havendo garantias de segurança, os consumidores não deviam ser expostos a estes produtos”, esclarece. 
 

Notícia actualizada às 21h40 Acrescenta comunicado do Grupo Mosqueteiros.

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