Inspectora da PJ suspeita de homicídio fica em prisão preventiva

Ministério Público sustentou a necessidade da prisão preventiva com a gravidade do crime, o alarme social que este provocou e o perigo de perturbação do inquérito.

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Uma Glock de 9mm, a arma usada no crime AFP

A inspectora da Polícia Judiciária do Porto (PJ) suspeita de ter matado com 14 tiros a avó do marido, uma idosa de 80 anos, vai ficar presa preventivamente.

A decisão foi tomada esta quarta-feira à noite por uma juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra. A suspeita, que já se tinha recusado a prestar declarações à Polícia Judiciária, voltou a remeter-se ao silêncio.

O Ministério Público sustentou a necessidade da prisão preventiva com a gravidade do crime, o alarme social que este provocou e o perigo de perturbação do inquérito. O interrogatório judicial começou por volta das 16h, tendo sido conhecida a medida de coação apenas já depois das 21h.

A mudança de advogado da suspeita foi um dos motivos que atrasaram a audição. A defensora que ficou a representar a inspectora da PJ, que trabalhava actualmente na divisão de crime económico, fez questão de analisar todas as provas recolhidas pela polícia, o que prolongou a diligência.  

O homicídio da idosa ocorreu na quarta-feira passada, em Coimbra, no apartamento onde a idosa vivia sozinha. A viúva tinha balas pelo corpo todo.

A Directoria do Centro da PJ, em coordenação com a Directoria do Norte, continua a investigar o crime, estando a tentar apurar o motivo do homicídio. O mais provável é estar relacionado com as dificuldades financeiras do casal e com empréstimos que teriam pedido à familiar do marido, que tinha sido proprietária de um talho no mercado de Coimbra.

A arma usada no crime ainda não foi encontrada, mas tudo indica que terá sido uma Glock que pertenceria a uma inspectora, colega da suspeita, que tinha reportado há cerca de duas semanas o desaparecimento da pistola semiautomática.

A inspectora estava há duas semanas de baixa, devido a uma intervenção cirúrgica. A suspeita é casada com um inspector da PJ do Porto, mas até agora nada indica que o marido tenha tido qualquer envolvimento no homicídio. Foi a ausência de sinais de arrombamento no apartamento da octogenária e a falta de indícios de assalto na casa que apontaram a polícia para a família da vítima. 
 
 

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