Idosa mata colega de quarto com bengala num lar em Ourique

Agressora era acompanhada por serviço de psiquiatria. GNR e PJ desconhecem motivos do homicídio.

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O homicídio ocorreu na noite deste domingo Paulo Pimenta

Uma idosa de 69 anos matou à bengalada a colega de quarto, Mariana Vitória, de 88 anos, no lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia de Ourique, no distrito de Beja, onde ambas residiam. O crime ocorreu pelas das 22h50 de domingo no quarto que as duas idosas partilhavam, em circunstâncias que as autoridades estão ainda a tentar apurar.

A presumível homicida, natural de Grandaços, no concelho de Ourique, terá agredido violentamente a vítima, provocando-lhe a morte na sequência de pancadas desferidas na cabeça.

Uma brigada da GNR de Ourique deslocou-se ao local do incidente e constatou que Mariana Vitória se encontrava prostrada e que fora “violentamente agredida”. Quando o socorro médico chegou ao lar, a vítima “já estava cadáver”, explicou ao PÚBLICO o porta-voz do gabinete de relações públicas do comando da GNR de Beja, que diz desconhecer os motivos da agressão.

Por se tratar de uma situação que indicia a existência de um crime, o caso foi entregue à directoria de Faro da Polícia Judiciária (PJ), que encaminhou a presumível homicida, já sob custódia, para o departamento de psiquiatria do Hospital de Beja. “Só quando o seu estado estiver estabilizado é que iremos tentar apurar as causas da agressão” adiantou ao PÚBLICO a porta-voz da PJ de Faro.   

Em comunicado, a Santa Casa da Misericórdia de Ourique esclareceu que a presumível agressora estava a ser acompanhada pelo serviço de psiquiatria do Hospital de Beja, “que lhe concedeu altas consecutivas”. A Misericórdia de Ourique, cujo provedor é o antigo presidente da câmara, José Raul dos Santos, já lamentou “a morte de uma sua utente”, “em circunstâncias ainda não devidamente esclarecidas”, adiantando já ter “disponibilizado apoio psicológico à família da vítima”. Fonte da Misericórdia de Ourique recusou dar mais explicações sobre o sucedido, assumindo que, “oportunamente”, dará “outros possíveis esclarecimentos” sobre o caso, desde que “não se encontrem em segredo de justiça”.

O PÚBLICO solicitou igualmente esclarecimentos ao conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo sobre o apoio psiquiátrico que fora prestado à presumível agressora, mas não obteve resposta.

O cadáver da Mariana Vitória, que era natural da freguesia de Vale Santiago, no concelho de Odemira, encontra-se desde a madrugada de ontem no Gabinete Médico-Legal do Hospital de Beja para ser autopsiado.

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