Hoje é que é

Que interessa o paraíso se a Arrábida existe?

Tenho estado a estudar as tabelas de temperaturas. No dia mais quente de Maio desde sempre as praias de Setúbal chegaram aos 30 graus. Aqui em Colares (onde tomei um banho contrariado) a temperatura do ar era igual à do mar: 18 ou 19 graus.

Em Setúbal, nestas melhores semanas da Primavera, está sempre mais calor do que no Algarve. A água nas praias da Arrábida é muito mais fria, graças a Deus. É a única salvação. Se a água fosse menos fria - bastava ser como a da Praia das Maçãs - as multidões seriam maiores ainda do que são.

Nestes dias de Maio tanto o Guincho como Cascais e até Carcavelos não passam dos 20 graus. A partir de Paço-de-Arcos a temperatura do ar sobe 5 inexplicáveis mas muitíssimo bem-vindos graus.

Nas muitas parcelas de pseudo-praias daquilo que é verdadeiramente a praia imensa que é a melhor de Portugal - a Caparica - a temperatura chegava à excelência dos 28 graus.

A Caparica é emocionante, linda e desavergonhadamente atlântica mas, por isso mesmo, também é perigosa. Sem o perigo não teria a mesma graça.

O pior é que, às vezes, o perigo é - como acontece também em todas as praias menores - imprevisível. Quando se é novo aceita-se de alma aberta não se ganhar para o susto. Mas, depois de muitos terrores gratuitos, envelhecemos e não queremos ser assustados: nem pagos.

Nas praias da Serra da Arrábida, onde vive o espírito de João Bénard da Costa, esse perigo não existe: só a paz.

Que interessa o paraíso se a Arrábida existe?

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