Guardas prisionais voltam à greve, desta vez é parcial

Começa segunda-feira e termina no sábado para mostrar ao Governo a "boa vontade" dos guardas.

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Greve prolonga-se até sábado Paulo Ricca

Os guardas prisionais iniciam esta segunda-feira uma greve parcial até final da semana por causa das negociações do seu estatuto profissional, o que vai afectar as visitas dos reclusos e o transporte para os tribunais.

Este é o segundo período de greve dos guardas prisionais e segue-se ao realizado entre 24 e 30 de Abril. Desta vez, no entanto, a paralisação será parcial.

Esta segunda-feira, a greve decorre no período da manhã, das 08h00 às 12h00, e na terça-feira no período da tarde, entre as 14h00 e as 17h00. Nos dias seguintes, até sábado, inclusive, os períodos de greve voltam a alternar.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), Jorge Alves, o facto de a greve ser parcial tem a “intenção de mostrar à tutela a boa vontade em querer ultrapassar a situação e em não querer massacrar um sistema já difícil e complexo”.

No entanto, acrescentou, se as reivindicações não forem atendidas, os guardas prisionais terão de “endurecer as formas de luta”.

Em causa estão as negociações com o Governo do estatuto profissional dos guardas prisionais, cuja conclusão tem vindo a ser adiada.

Segundo Jorge Alves, tendo em conta a calendarização das reuniões agora proposta pelo secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, a aprovação do novo estatuto dos guardas prisionais iria resvalar para final de Setembro, o que não agrada a estes profissionais, que esperam desde 2008 pela revisão de um estatuto datado de 1993.

O presidente do SNCGP explicou que, durante a greve, serão afectadas as visitas aos reclusos e o seu transporte aos tribunais para diligências. Também não é garantida a recepção de reclusos no período de paralisação.

Mesmo em greve, os guardas prisionais vão continuar a assegurar a abertura das celas para alimentação, assistência médica, medicamentosa e religiosa, além dos transportes ao tribunal para situações que coloquem em causa a liberdade do recluso.

Apesar da greve, o dirigente sindical disse que não está a “contar com focos de tensão”, já que mesmo na recente greve total só houve problemas pontuais. Quanto à adesão à greve, espera que se “mantenham os níveis de adesão da anterior, superiores a 90%”.

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