Início do ano lectivo está a “correr melhor” do que no ano passado, diz Passos Coelho

No arranque do novo ano lectivo, Passos Coelho e Nuno Crato inauguraram centro escolar no interior do país. Alguns manifestantes também lá estiveram.

O primeiro-ministro garantiu esta sexta-feira que a colocação de professores correu “melhor do que em anos anteriores” e que no ano lectivo 2014/2015 há “muito menos horários zero” com as necessidades das escolas a serem “satisfeitas”. Um cenário positivo deixado por Passos Coelho e pelo ministro da Educação, Nuno Crato, que se deslocaram a Sernancelhe (distrito de Viseu) para simbolicamente assinalar o arranque do ano lectivo.

À espera estava perto de uma centena de professores, que entre assobios e palavras de ordem, manifestava-se contra a forma como foram feitas as colocações de professores e outros problemas no arranque deste novo ano escolar. Mário Nogueira, secretário-geral da FENPROF, denunciou vários casos de irregularidades. "Existem colocações duplicadas, colocações em escolas onde não há vagas, colocações que não foram feitas e não se percebe porquê”, disse.

Indiferente aos protestos, que classifica de serem uma “normalidade”, Passos Coelho salientou que este ano lectivo arrancou “melhor do que o ano passado e o ano passado melhor do que no anterior, o que significa que felizmente há este ano muito menos horários zero no fim desta fase”. Sobre a reorganização da rede escolar, o primeiro-ministro desvalorizou também as queixas das autarquias relativamente ao encerramento das escolas, admitindo que houve “casos muito especiais” que não tiveram “um significado nacional”.

“Na generalidade dos casos, esta nova carta escolar resulta de um trabalho conjunto entre o governo e as autarquias locais e destina-se justamente a poder propiciar aos estudantes as melhores condições possíveis”, salientou.

Ciências e Matemática

No discurso de abertura do ano lectivo, o primeiro-ministro aproveitou para deixar o apelo aos jovens para que enveredem pelas áreas das Ciências e da Matemática por serem aquelas onde há menos recursos qualificados no país. “Se queremos dar mais futuro ao nosso país, precisamos concentrar mais esforços nestas áreas tecnológicas, de forma a sermos mais competitivos”, salientou, num discurso que tinha já proferido em Viseu durante a deslocação ao Centro de Competências da Bizdirect, instalado no Instituto Politécnico.

“Os nossos alunos precisam de estar mais atentos às oportunidades. Devem escolher livremente o que gostam, mas devem ter a informação e a transparência suficientes para saberem o que estão a escolher". Para Passos Coelho, os alunos devem ajustar melhor as suas expectativas à realidade, olhando para áreas em que Portugal "não tem manifestamente a quantidade de recursos de que precisa".

Uma ideia também defendida pelo ministro da Educação. Nuno Crato destacou os índices de qualidade no ensino da Matemática e da Ciência que, segundo um relatório do Fórum Económico Mundial, colocam Portugal numa posição “privilegiada”. “Entre 2010 e 2014, Portugal subiu 62 posições, num universo de 144 países, no indicador de qualidade nestas disciplinas”, o que faz com que “cada vez mais países europeus queiram conhecer a nossa experiência”, informou.

O ministro salientou ainda que a taxa do  pré-escolar “atinge praticamente 97% dos jovens”, quando em 2010 era de 89% e que a escolarização entre os 5 e os 14  anos é plena, o que coloca Portugal como um dos sete países da OCDE onde “não há jovens sem escolariedade com estas idades”. Por outro lado, assinalou, “a taxa de escolarização dos 15 aos 19 está acima da média da Europa a 21 e acima da média dos países da OCDE”.

Ainda longe dos índices desejáveis, segundo o ministro, está a taxa do abandono escolar que se situa ainda nos 18,9%. “Mas Portugal é referenciado como o país que apresenta melhorias anuais deste indicador e passou de 28,7% em 2010 para 18,9% no ano passado. É hoje já perceptível o resultado da nossa política de reforço dos conhecimentos essenciais dos alunos”, concluiu.

 

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