Governo cria grupo de trabalho para estudar quebra do número de transplantes

A iniciativa do Ministério da Saúde ocorre um mês depois de o Bloco de Esquerda ter pedido uma auditoria independente.

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Os transplantes regressam ao único centro que até então transplantava fígado em crianças Foto: Fernando Veludo/Nfactos

O Governo criou um grupo de trabalho para avaliar as possíveis causas para a diminuição de transplantações de órgãos em Portugal, através de um despacho publicado esta segunda-feira em Diário da República.

 

 A medida é tomada menos de um mês depois de o Parlamento ter rejeitado uma proposta do Bloco de Esquerda (BE) no sentido de realizar uma auditoria independente sobre este quebra, que rondou os 22% no primeiro semestre deste ano.

Segundo a Lusa, o grupo de trabalho será coordenado por Hélder Trindade, presidente do conselho directivo do Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), e tem como missão “avaliar exaustivamente as possíveis causas para a diminuição de transplantações de órgãos em Portugal e propor medidas correctivas”.

A 30 de Novembro, no mesmo dia em que aprovou as novas regras para a recolha de órgãos para transplantação, o Parlamento chumbou a proposta do BE, que alertava precisamente para o facto de nos primeiros seis meses de 2012 se terem realizado menos 100 implantes do que no mesmo período de 2011 (quando foram realizados 358).

Os deputados do BE admitiam o peso de factores como a diminuição da mortalidade por acidentes rodoviários e por acidentes vasculares cerebrais, mas argumentavam que não se podia “negligenciar o efeito de algumas decisões do Governo”, como a redução das verbas atribuídas à transplantação e a centralização de múltiplas funções no IPTS.

 

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