GNR vai reduzir progressivamente o efectivo em Valongo dos Azeites

A polícia procura há 19 dias o caçador que terá baleado mortalmente a sogra, a tia da ex-mulher e ferido a filha e a antiga companheira. Autoridades foram esta segunda-feira avisadas de um avistamento que depois se revelou falso.

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GNR e PJ procuraram o caçador há 19 dias Paulo Pimenta

A GNR vai começar a reduzir progressivamente o número de agentes que estão destacados para as buscas de Manuel Baltazar, em Valongo dos Azeites, Viseu, confirmou ao PÚBLICO fonte daquela polícia. A mesma fonte adiantou que, por ora, a GNR mantém menos de 50 agentes no terreno, alguns dos quais a cavalo.

O caçador está em fuga há 19 dias. A 17 de Abril baleou, alegadamente, de forma mortal a sogra, a tia da ex-mulher e feriu a filha e a companheira.  Os guardas, que contam ainda com uma unidade de cães de busca, estão predominantemente a investir agora no patrulhamento da localidade.

Até agora, a GNR e a PJ já receberam dezenas de pistas. Na manhã desta segunda-feira, vários agentes seguiram rapidamente para uma localidade próxima de Valongo dos Azeites depois de um morador ter avisado as autoridades de que teria visto Manuel Baltazar.  

A pista, porém, era falsa. “Fomos chamados por alguém que dizia ter visto um senhor muito parecido e que, afinal, confirmamos não ser o suspeito”, disse ao PÚBLICO o tenente-coronel Machado da GNR de Viseu. Recentemente, houve também falsos avistamentos do fugitivo em Coimbra e Viseu.

A estratégia da PJ, que coordena a investigação, é a de aguardar o melhor momento para localizar o caçador que está, acreditam os investigadores, ainda nas imediações. Os inspectores aguardam por um período de acalmia na localidade e sublinham que se, por um lado, o policiamento intensivo melhora o sentimento de segurança na localidade, prejudica, por outro, a discrição necessária para a eficácia das buscas.

Com a melhoria do clima, maior actividade agrícola e a aproximação da época de incêndios, a Judiciária acredita que o suspeito venha a ter menos condições para continuar escondido.

A filha e a ex-mulher de Manuel Baltazar estão agora protegidas por agentes da PSP face ao risco que correm, confirmou fonte da Judiciária. Pelo menos a antiga companheira continua internada no Hospital de Viseu.

É a segunda vez que a GNR altera consideravelmente o forte efectivo que tem destacado para Valongo dos Azeites. No final de Abril, a Guarda colocou no terreno centenas de elementos da Unidade de Intervenção, um grupo especial. Dias depois, reduziu o dispositivo face ao insucesso das buscas.

“Só quem não conhece o terreno é que pode criticar a GNR por ter tantos elementos e até agora não ter ainda sido localizado o dispositivo”, sublinhou o tenente-coronel Machado lembrando o vasto conhecimento do “perfil geográfico da zona” que o caçador tem.

Manuel Baltazar iria ser ouvido horas antes dos crimes no Tribunal de São da Pesqueira por ter violado a proibição de afastamento da ex-mulher. Porém, não havia juiz disponível e a diligência foi adiada.

O suspeito estava proibido de estar a menos de 400 metros da ex-mulher. Essa era a medida acessória a que havia sido condenado em 2013 por violência doméstica, além de uma pena de prisão de três anos e dois meses que ficou suspensa na sua execução.   

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