Há mais de 28 mil idosos a viverem sozinhos ou isolados

Desde a primeira edição da Operação Censos Sénior, em 2011, houve um aumento de 12.601 casos de idosos que vivem sozinhos ou em localidades isoladas.

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A Guarda foi uma das cidades onde o número de velhos mais aumentou Paulo Ricca/Arquivo

A Operação Censos Sénior sinalizou, entre 15 de Janeiro e 28 de Fevereiro, 28.197 idosos a viverem sozinhos ou em situação de isolamento, um aumento de 22,6% comparativamente aos dados recolhidos em 2012.

Os Censos Sénior, operação que decorre a nível nacional nas zonas não urbanas, tem como objectivo manter um registo do número de idosos que vivem sozinhos ou isolados, de forma a identificar situações de potencial risco.

Este ano, na terceira edição da operação, foram identificados mais 5196 idosos, em relação aos 23.001 casos, em 2012. Desde a primeira edição da operação, em 2011, o número de idosos que vivem sozinhos ou em condições de isolamento aumentou em 12.601 casos.

Marco Cruz, capitão da GNR, pensa que um dos factores explicativos para este aumento do número pode ter que ver com uma maior aposta nesta operação. “Desde a primeira edição, o comando da guarda tem posto cada vez mais recursos humanos e materiais porque estamos a falar de locais muito isolados”, afirma o responsável.

Dos 28.197 idosos referenciados, são 19.455 os que vivem sozinhos, 6565 que vivem isolados. Há ainda 2177 que habitam sozinhos em condições de isolamento geográfico. As distritos do norte do país são aquelas com mais casos referenciados: Viseu (com 3315), Bragança (com 2586) e Guarda (com 2418).

“Identificamos ainda 441 idosos que estavam em situações de alguma precariedade”, acrescenta o capitão. Estes casos mais preocupantes e que necessitam de acompanhamento foram remetidos para instituições de apoio social.

A GNR aproveitou a ocasião para conduzir várias acções de sensibilização, a par com os Censos Sénior, de forma a alertar os idosos para várias situações que os podem pôr vulneráveis a crimes e incentivá-los a adoptar comportamentos de segurança para as evitarem. Foi-lhes ainda dado o número directo do posto da GNR mais próximo, para situações de urgência.

“Há situações em que o único contacto que alguns destes idosos têm é com os agentes da GNR que patrulham a área”, explica o capitão relativamente à importância destas operações que acompanham e se direccionam a uma população que vive em situações de maior isolamento.

Com a entrada em circulação da nova nota de cinco euros, os agentes também procuraram informar os idosos, de forma a evitar situações de burla sob pretexto de que a nota actual vai deixar de ser utilizada. “O mais importante é clarificá-los de que a nota que está em circulação não vai sair”, informa.

Juntamente com os Censos Sénior, os agentes da GNR levaram a cabo acções no âmbito do Programa Residência Segura, ao qual aderiram 14.632 residências. Este programa pretende referenciar geograficamente residências isoladas para que, em caso de emergência, sejam mais facilmente localizáveis e para que haja um patrulhamento mais orientado para esta população.


Notícia corrigida às 20:15: substuiu-se a palavra "cidades" por "distritos", no parágrafo referente às zonas com o maior número de casos registados.

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