GNR liberta empreiteiro sequestrado por homem de moto-serra

Homem reclamava dívida de 30 mil euros ao empreiteiro por obras de restauro na casa que nunca terão sequer começado.

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Alegada rede roubava cobre de instalações antigas da PT Sérgio Azenha

A GNR deteve pelas 14h50 desta quinta-feira o homem que sequestrara de manhã um empreiteiro da construção civil em Canas de Senhorim, Viseu. O detido tinha uma moto-serra eléctrica com a qual ameaçou a vítima.

Depois de horas de negociação para tentar acabar com o sequestro, que começou pelas 10h, os militares decidiram entrar na habitação, na freguesia de Lapa do Lobo. Conseguiram então libertar o homem, de 71 anos, que o suspeito mantinha sequestrado. Não há feridos, garantiu ao PÚBLICO fonte da GNR.

Uma mulher, que também estava no interior da casa, já tinha sido libertada pelo suspeito, de 70 anos, pelas 14h. A mulher era a empregada de limpeza do detido e não terá sido ameaçada pelo suspeito, adiantou o comandante do Destacamento da GNR de Mangualde, capitão José Lopes.

Na origem do sequestro estará, segundo a GNR, uma situação relacionada com dívidas entre o empreiteiro e o suspeito que foi levado para o posto da GNR local. A vítima, que esteve sequestrado durante cinco horas, terá sido contratado e pago para efectuar obras de restauro na habitação antiga, mas os trabalhos nunca terão chegado a avançar. Por isso, o sequestrador exigia o pagamento de pelo menos 30 mil euros. “Tudo leva a crer que [a situação] se prende com uma dívida antiga com cerca de 14 anos e que o sequestrador quis de certa forma sanar", referiu o capitão José Lopes.

Os dois tinham combinado para esta quinta-feira um encontro na casa, pelas 10h. A vítima não suspeitou porque ambos manteriam ainda uma relação de amizade.

Mas pelas 10h08 já o empreiteiro estava a ligar para o genro dando conta da situação e pedido que alguém da sua confiança trouxesse o dinheiro exigido. Aliás, foi através do genro que a GNR foi mantendo o contacto. Depois de quase cinco horas de sequestro, a polícia resolveu recorrer a um engodo.

Os negociadores da GNR fizeram chegar a informação à vítima – que se mantinha ao telemóvel e depois contou ao sequestrador – de que à porta da habitação estava já um saco com a quantia reclamada. Mal saíram da casa, a GNR deteve ambos. Os militares não sabiam ainda na altura qual deles era o sequestrador.

A GNR cercou a zona em redor da casa tendo cortado todos os acessos à habitação. No local, estiveram 30 guardas, nove negociadores da GNR e 12 elementos do Grupo de Operações Especiais daquela força de segurança. O suspeito, o empreiteiro e a empregada de limpeza estão a ser ouvidos por inspectores da Polícia Judiciária de Coimbra no posto da GNR de Canas de Senhorim. 

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