Fátima Felgueiras diz-se discriminada negativamente

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A próxima sessão do julgamento será dia 18 de Janeiro Luís Costa Carvalho (arquivo)

Fátima Felgueiras queixa-se de estar a ser vítima de perseguição política e de descriminação negativa por parte do Ministério Público (MP). Esta tarde, em tribunal, onde está a ser julgada por um crime de participação económica em negócio e outro de abuso de poder, a polémica ex-autarca disse que os processos que lhe têm sido movidos pelo MP “são de índole exclusivamente política”, queixando-se também de estar a ser “discriminada negativamente”.

Os dois crimes são-lhe imputados no âmbito do processo relativo aos pagamentos a advogados através dos cofres da autarquia, mas Fátima Felgueiras refutou quaisquer responsabilidades na liquidação dos recibos do advogado brasileiro que a defendeu naquele país.

Em julgamento, a ex-presidente da Câmara de Felgueiras disse mesmo desconhecer o causídico que apresentou o pedido de habeas corpus para evitar que fosse extraditada para ser submetida a prisão preventiva em Portugal, remetendo para o advogado Artur Marques todas as explicações. Perante o tribunal que a está a julgar, disse que sempre tratou exclusivamente com Artur Marques, ao qual a autarquia pagou facturas de 84 mil euros relacionadas com as despesas efectuadas com a sua defesa. O advogado é uma das testemunhas indicadas pelo MP, devendo ser ouvido numa das próximas sessões do julgamento que continua no próximo dia 18. A sessão de hoje foi exclusivamente dedicada ao interrogatório de Fátima Felgueiras.

A ex-autarca está acusada pelos cerca de 16 mil euros usados no pagamento do advogado do Brasil, Paulo Ramalho, que foram feitos através de Artur Marques, e de ter impedido que a autarquia adiantasse verbas para o advogado de Horácio Costa. O antigo vereador foi um dos principais denunciantes do alegado esquema de financiamento do Partido Socialista Local e do indevido encaminhamento de verbas para o futebol. Ao contrário do que aconteceu com a generalidade dos arguidos envolvidos nos processos do caso Saco Azul e dos financiamentos do clube de futebol local, Costa foi o único entre os vereadores e ex-vereadores a quem a autarquia recusou pagamentos para despesas judiciais.

Nesta matéria, Fátima Felgueiras, justificou-se com eventuais dúvidas sobre se Horácio Costa teria direito ao apoio da autarquia, alegando também que deixou de despachar naquele tipo de casos desde a altura em que foi constituída arguida.

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