Exames de Inglês no 9.º ano são minoria na Europa, Portugal faz parte da lista

Relatório da rede Eurydice mostra que os exames nacionais, com peso na progressão dos alunos, são realizados na maioria dos países, apenas no ensino secundário.

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Actualmente, o número máximo de alunos por turma varia entre 26 e 30 Nelson Garrido

Existir um exame nacional de Inglês no final do 3.º ciclo, com peso na progressão dos alunos, é ainda uma prática minoritária na Europa. E Portugal vai passar a segui-la

 Um relatório da rede de informação europeia Eurydice, divulgado nesta sexta-feira (Languages  in Secondary Education - An Overview of National Tests in Europe), mostra que dos 34 países europeus analisados, só em 12 existiam exames nacionais de Inglês naquele nível de escolaridade no ano lectivo de 2014/2015. No correspondente ao 3.º ciclo a forma de avaliação mais utilizada é a dos testes de diagnóstico, que não contam para a nota.

Apesar de já ter um exame a esta disciplina que era obrigatório, no relatório da Eurydice, Portugal não figura naquele pelotão, já que as provas elaboradas pela Universidade de Cambridge, Preliminary English Test (PET), funcionavam então como um teste de diagnóstico, não contando para a aprovação dos alunos.

Este ano lectivo já não será assim. Um despacho do Ministério da Educação e Ciência, publicado esta semana em Diário da República, determina que o exame de Inglês do 9.º ano de escolaridade, que corresponde ao final do 3.º ciclo, deverá ter um peso de 20 a 30% na classificação final dos alunos a esta disciplina. Entre os países que têm exames nacionais de Inglês neste nível de escolaridade figuram a Bélgica, Alemanha, Lituânia e Polónia.

O relatório da rede Eurydice frisa, a propósito, que “ na maioria dos países que têm exames nacionais de Inglês, estes testes são aplicados no ensino secundário e usados para efeitos de certificação”. No conjunto, cerca de três quartos dos exames nacionais em vigor são realizados neste nível de escolaridade, precisa-se no estudo.

Em cerca de metade destes países, “são também usados para o ingresso no ensino superior”. É também o que se passa em Portugal, em que o exame de Inglês realizado no 11.º ano pode ser também usado como prova de ingresso nos cursos superiores que o exigem.

Em todos os países europeus, à excepção da Bélgica flamenga, os alunos realizam pelo menos um exame de Inglês para avaliar as suas competências a Inglês. Mas só em metade deles é que este exame é obrigatório para todos os alunos de um ano de escolaridade, o que será o caso também em Portugal no 9.º ano. Já o exame do 11.º ano só é realizado pelos alunos que escolhem esta disciplina.

Segundo o relatório, cerca de metade dos exames nacionais de Inglês realizados nos países europeus são avaliados com base numa escala de seis níveis estabelecida pelo Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas do Conselho da Europa. Em Portugal, o exame do 11.º ano não é avaliado segundo estes padrões, mas o do 9.º tem esta escala como referência.

Os resultados da PET realizada no ano lectivo passado, quando ainda não contava para a nota, mostraram que 61,8% dos alunos tinham um nível de inglês elementar ou seja, abaixo do domínio exigível no 9.º ano, segundo os padrões estabelecidos pelo Conselho da Europa. 

Nas escolas europeias o Inglês é “de longe” a língua mais estudada, confirma o estudo divulgado nesta sexta-feira. Francês, alemão, espanhol, italiano e russo são outras das línguas que “também são frequentemente avaliadas” nas escolas. Cerca de metade dos 34 países analisados têm exames a mais de cinco línguas estrangeiras (em Portugal são quatro). E há países, como o Reino Unido, Noruega ou França, em que esta oferta chega a ser de 30 idiomas.

Para além dos exames nacionais com peso na progressão dos alunos, em mais de metade dos países europeus também é usual a realização de testes de diagnóstico, que são realizados tanto no 3.º ciclo, na maioria dos casos, como no secundário. Estes testes, que se destinam sobretudo a avaliar a performance das escolas e o grau de aprendizagem dos alunos, não têm peso na aprovação dos estudantes.

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