Exame de Matemática "adequado", diz associação de professores

Teste está "de acordo com o programa em vigor".

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Associação de Professores de Matemática contesta realização de exames PÚBLICO

A direcção da Associação de Professores de Matemática (APM) considera que o exame de Matemática, feito esta sexta-feira por perto de 107 mil alunos do 4.º ano, é "adequado" ao nível etário das crianças em causa e está "de acordo com o programa em vigor".

“Apresenta questões com diversos graus de dificuldade e não é uma prova globalmente elementar nem de resolução imediata, tendo questões que exigem níveis de raciocínio mais elaborados”, concluiu a APM depois de analisar a prova.

No parecer enviado à comunicação social começa, contudo, por contestar a realização de exames por, entre outros aspectos, incidirem “num conjunto de capacidades e conhecimentos muito restritos e centrados em aspectos mensuráveis”.

A direcção da APM defende que há outras formas mais adequadas de avaliar o sistema – nomeadamente as provas de aferição – e não é a única a colocar em causa os exames, que regressaram esta semana ao 4.º ano, com a prova de Português. Não tem sido questionado o peso na nota final do aluno de cada uma das provas (25% este ano e 30% a partir de 2013/2014) mas os inconvenientes da “mega-operação logística” que a sua realização implicou, por os alunos terem sido concentrados numa das escolas dos respectivos agrupamentos.

Esta sexta-feira, o dirigente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, disse não ter tido conhecimento de incidentes durante a prova de Matemática, mas reiterou que no próximo ano terão de ser acautelados os inconvenientes que tem vindo a denunciar. “Não houve mais problemas do que na terça-feira, mas houve os mesmos, que não poderão repetir-se para o ano”, disse. Especificou que se estava a referir “ao facto de muitos milhares de alunos de outros níveis de ensino terem deixado de ter aulas nestes dois dias para que os do 4.º ano fizessem as provas” e “à falta de equidade entre os estudantes do 4.º ano, já que alguns foram obrigados a deslocar-se muitos quilómetros para realizar os exames e e outros ficaram na própria escola”.

Rui Martins, da Confederação Nacional Independente das Associações de Pais (CNIPE) e os representantes das duas associações de dirigentes escolares, Manuel Pereira e Filinto Lima, reiteraram, igualmente, a necessidade de corrigir os mesmos problemas.

À semelhança do que fez o ministro da Educação e Ciência, na terça-feira, o secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, João Grancho, disse que as provas, esta sexta, decorreram"com toda a normalidade". Em declarações à Lusa já sublinhou, no entanto, a colaboração “muito importante” das autarquias, dos órgãos de gestão das escolas e das famílias. Também admitiu que, na passada segunda-feira, terá havido “alguma ansiedade", mas disse que ela terá sido "induzida pelos adultos”.

As crianças que não conseguirem obter nota para transitar para o 5.º ano terão a possibilidade de repetir as provas em Julho.

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